Multimodal

Contorno ferroviário de Curitiba deve sair do papel

Após anos de discussão e polêmica, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Paraná, Davi Gouvea, e o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver Almeida, apresentaram ontem a arquitetos e engenheiros da cidade a opção final para o novo contorno ferroviário, que irá tirar a linha férrea do centro de Curitiba.

A partir de agora, segundo Gouvea, o Dnit já pode utilizar R$ 8 milhões, disponíveis pela União, para o projeto de engenharia do contorno. O prefeito Beto Richa garantiu que dessa vez a ideia sai do papel, embora ainda não existam datas definidas para início e término do projeto.

Hoje será assinado um convênio com o diretor geral do Dnit, Luiz Pagot, para dar início ao projeto de engenharia. Batizado de Plano Diretor Multimodal, a intenção primordial é desviar a linha férrea de pontos densamente habitados para locais onde cause o menor impacto possível, tanto no meio ambiente quanto para a população.

A palavra multimodal remete aos mais diversos setores que o plano irá abranger: não só a ferrovia, mas também as rodovias e ciclovias. A nova ideia substitui aquela apresentada no primeiro estudo, em 2001, que impactava o meio ambiente, já que o contorno iria passar pelas bacias do Passaúna e do Rio Verde.

Agora, a intenção é criar dois novos ramais ferroviários que resolvam os problemas principalmente dos bairros Tarumã e Cajuru e da cidade de Pinhais. O primeiro, chamado de ramal oeste, passará pelos municípios de Almirante Tamandaré e Araucária, e também pela Cidade Industrial de Curitiba.

Segundo o arquiteto do Ippuc Luiz Hayakawa, esse traçado resolverá não só o problema da população, como também vai tirar a linha férrea de uma área de risco da Petrobras.

Já o segundo desvio, chamado de ramal leste, passaria por São José dos Pinhais e Piraquara, aproveitando o canal extravasor de chuvas. Segundo o presidente do Ippuc, o novo projeto prevê a construção de uma ciclovia metropolitana.

Representantes de arquitetos e engenheiros que estavam presentes na apresentação aprovaram o novo projeto. “Verificamos que a proposta vai resolver um problema urbano de anos”, afirmou a presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado do Paraná, Ana de Oliveira.

O presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Luís Mehl, também elogiou o projeto. “O novo contorno deixa de ser uma articulação apenas de um segmento e passa a ser de interesse de todo o Estado.”

Voltar ao topo