Comércio de fogos prevê uma explosão de vendas

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Rodolpho: 95% do faturamento
anual em 20 dias.

A tradição de queimar fogos de artifícios na virada do ano é um costume milenar, que começou há mais de dois mil anos na China. No ocidente, a cultura foi incorporada há cerca de 600 anos. A tradição diz que a queima da pólvora afasta o peso do ano que terminou e abre caminhos para algo novo e melhor. Fabricantes e comerciantes de fogos estão otimistas com o período de festas. A estimativa é comercializar 30% mais que em 2003, e já se fala até em zerar os estoques.

De acordo com o Sindicato das Indústrias de Explosivos de Minas Gerais – que representa o setor no País, já que a grande maioria das indústrias está instalada em São Antônio do Monte (MG) – Curitiba é a terceira capital que mais consome fogos de artifício, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por outro lado, a capital paranaense é a campeã no ranking de consumo de kits profissionais, que são bombas que alcançam 80 metros de altura, com leques de cor com mais de 100 metros de distância.

O proprietário da Aymoré Fogos, Rodolpho Aymoré Júnior, diz que essa preferência está ligada à cultura da população. "A explicação para isso é a paixão pelos fogos", aponta. Segundo ele, os últimos vinte dias de dezembro representam 95% das vendas totais do ano nas três lojas da marca. O estoque para a época chega a 150 toneladas de explosivos, que devem ser consumidos até o último dia do ano. Rodolpho lembra que nos últimos anos os consumidores esperavam até quatro horas nas filas para poder comprar os produtos. "Eles deixam para os últimos dias até porque não gostam de estocar produtos em casa", diz.

Mas ele garante que depois de deixarem as fábricas, os fogos não oferecem qualquer risco de explosão, pois precisam de um elemento detonante, como fogo ou faísca. Com o aumento da procura, também cresceu o número de empregados, que saltou de 8 para 46 funcionários.

Mais otimista ainda está o orçamentista da Fogos Lanza, Ivan Reis. "A expectativa é de queimar, no bom sentido, todo o estoque". Ele fala até em falta de produtos, pois as fábricas estão rejeitando novos pedidos. Para Ivan, esse panorama está ligado não só ao aumento na procura, mas também por 2004 ter sido um ano político, que acaba sendo um grande filão de mercado para o setor de fogos de artifício. "A política consumiu muito e por isso acho que vai faltar produtos. O consumidor poderá até encontrar, mas não terá muita opção de escolha", opina.

Custos

Quem deseja comemorar o final do ano com fogos encontra opções para todos os bolsos, com produtos variando de R$ 0,50 a R$ 1,8 mil. Segundo Rodolpho Aymoré, com R$ 100 é possível fazer uma bela festa. com a aquisição de um kit com mil tiros de cores que tem duração de até um minuto. Outro detalhe, diz o empresário, é que a cada ano as pessoas incrementam um pouco mais a festa.

É o caso do motorista Cláudio César, que há oito anos comemora o réveillon com um grupo de amigos. Em 2003, eles investiram R$ 1,2 mil na compra de fogos, e esse ano irão gastar R$ 300 a mais. "Todo ano a gente investe mais, e como dividimos a despesa, dá para fazer uma festa bonita", afirma.

Para incrementar e dar continuidade à tradição de queima de fogos, os fabricantes oferecem até produtos para crianças a partir de três anos. Rodolpho Aymoré explica que são materiais que permitem fontes de cores e pequenos estalos que não oferecem qualquer risco. Além disso, eles estão numa categoria dentro da faixa etária e quantidade de miligramas de pólvora por explosivos, e fabricados de acordo com a legislação que regula a fabricação e comércio de fogos de artifício.

O comerciante Hélio Liberato comprou diversas caixas desses produtos para revender na mercearia. Ele diz que os fogos são um atrativo a mais no estabelecimento, além de garantir uma distração para seus netos.

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