Comerciantes reclamam do mau cheiro na Rua XV

A Rua XV, um dos cartões- postais de Curitiba, é conhecida como Rua das Flores. Entretanto, o mau cheiro das galerias de água no trecho entre as ruas Barão do Rio Branco e Presidente Farias, está bem longe do agradável perfume floral. Comerciantes do trecho começaram a sentir o odor desagradável de dejetos orgânicos há aproximadamente oito meses.

?Tenho comércio aqui há 35 anos e nunca tivemos esse problema. Agora, o cheiro fica insuportável pela manhã e no final da tarde, especialmente nos dias de chuva?, diz o comerciante Elias Massabki, proprietário do Café Haiti. O fedor tem afastado a freguesia, que reclama muito. ?Ontem veio uma turista do Ceará e comentou sobre o odor desagradável, pensando que viesse aqui do estabelecimento. Tive que explicar que era da rua?, lamenta.

O gerente da lanchonete Sayid, também na Galeria Lustosa, Luciano Mendes, faz coro com Massabki e lamenta a redução da clientela. ?Ninguém quer fazer um lanche sentindo cheiro de esgoto. As pessoas simplesmente procuram outro lugar para comer?, diz.

E não são apenas os comerciantes que reclamam do transtorno. O zelador do Edifício Lustosa, Adélio Vieira, afirma que o mau cheiro chega até o 17.º andar. ?Se chove, fica insuportável. A gente até fecha as janelas?.

Para tentar amenizar o problema, os comerciantes providenciaram sacos plásticos que são colocados sob a grade de ferro, tentando impedir o mau cheiro. Mesmo assim, o problema persiste. ?Já procuramos a Prefeitura e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), mas nada foi feito até agora. Precisamos de uma solução?, pede Massabki.

Sanepar

Apesar das canaletas de escoamento de água serem de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Curitiba, o cheiro de esgoto pode ter ligação com as redes clandestinas de esgoto.

Segundo Marisa Cariglioni, da Sanepar, há naquela região 27 imóveis com redes de esgotos irregulares, já notificados. ?O problema é que muitos proprietários demoram para regularizar a situação e muitas vezes, precisamos até encaminhar o caso à Prefeitura para que sejam tomadas medidas legais?, explica. Geralmente, as pessoas fazem as redes clandestinas para fugir das taxas cobradas pela companhia de saneamento, mas acabam sendo desmascaradas com testes da Sanepar. ?Colocamos corantes nos vasos sanitários e se esse corante não aparece na rede regular, é constatada a irregularidade?. Prontamente, o imóvel é notificado.

De antemão, a Sanepar se comprometeu a mandar uma equipe ao local para confirmar se o problema é mesmo relacionado às redes clandestinas. ?Como o comerciante diz que o problema se intensificou nos últimos meses, pode ter ocorrido quebra em alguma rede nossa. Vamos investigar e tentar solucionar o problema?, finalizou Marisa.

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