Começa trabalho de retirada do navio Vicuña

Começaram ontem os primeiros trabalhos para a retirada do navio chileno Vicuña, que explodiu no dia 15 de novembro no píer particular da empresa Cattalini, no Porto de Paranaguá. A empresa holandesa Smit Salvage B.V. está retirando as peças que se desprenderam do navio durante a explosão e foram arremessadas no cais ou no fundo do mar. O corte das oito mil toneladas da embarcação deve começar no próximo dia 29.

Segundo o capitão-de-fragata da Capitania do Portos, César Bezerra Teixeira, os trabalhadores estão retirando as peças pequenas que se desprenderam do navio. O trabalho deve ser feito para evitar acidentes com algum desses pedaços. São duas as embarcações que vão atuar na retirada das partes do navio. As chatas – como são chamadas essas embarcações -possuem o fundo chato e um guindaste. A menor, que suporta 200 toneladas, entrou em operação ontem. A que agüenta 1,2 mil toneladas vai atuar na retirada dos pedaços maiores do navio.

Para César, a operação de retirada do navio é relativamente simples: cortar e içar os pedaços do navio. A empresa que venceu a licitação atua no mundo todo e tem vasta experiência no trabalho. Segundo César, a maior preocupação é com relação ao meio ambiente. "Não queremos que a natureza seja mais uma vez agredida", afirma.

Das cinco partes em que vai ser dividido o navio, a primeira a ser retirada é a proa. Foi escolhida porque apresenta o maior risco de vazamento. Lá ficava a maior parte das 1,5 mil toneladas de óleo que o navio carregava. Técnicos estimam que ainda esteja na embarcação 10% dessa carga. Para evitar mais danos ao meio ambiente, a empresa está colocando barreiras de contenção e planejou diversas ações prevendo possíveis derramamentos de óleo. O plano ambiental para a retirada foi aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Depois de retirada a proa, será a vez da superestrutura, a parte que fica em cima do convés. Depois o motor, a popa e a parte do meio do Vicuña. A divisão do navio foi feita de acordo com o peso que os guindastes das embarcações podem suportar. O destroços vão ser levados em janeiro para o cais da empresa Tenenge, em Pontal do Paraná. Depois o material será vendido para o grupo Gerdau, que dará a destinação final.

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