Combate ao tráfico de animais aponta prejuízo

Começou ontem em todo o Brasil a Campanha Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Selvagens, organizada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). No Paraná, as ações serão coordenadas pelo Conselho Regional do Estado (CRMV-PR). O início da campanha, que terá um ano de duração, foi marcado por ato ontem no Zoológico do Parque Iguaçu.

No chamado “Dia da Conscientização”, uma série de eventos ocorreu no zoológico com a participação do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Ao longo do dia, houve apresentação de peças teatrais, distribuição de cartilhas sobre o tráfico de animais silvestres e exposição de espécies taxidermizadas.

Amor madrasto

Segundo Rogério Lange, presidente da Comissão Nacional de Animais Selvagens do CFMV e coordenador das ações no Paraná, a finalidade da campanha é mostrar o prejuízo que essa prática ilegal representa na redução da diversidade da fauna e o risco de doenças nas famílias que adotam animais selvagens como bichos de estimação. “As pessoas com animais de estimação de origem selvagem, têm porque gostam de animais, é um amor que causa dano incomensurável, esse é o alerta que a gente quer fazer, é um amor madrasto que não deve seguir nesse rumo”, diz Lange.

Dados do CFMV mostram que 90% dos animais capturados e retirados da natureza morrem antes de chegar ao destinatário final, devido às precárias formas de captura e às más condições de alimentação e transporte. Além disso, a comercialização ilegal dos animais gera risco pra saúde do homem, já que 70% das doenças que acometem os seres humanos são de origem animal e o contato com os bichos, sem prévia análise de um profissional, pode ser contagioso.