Com o calor, aumentam os riscos de afogamento

Com a chegada do verão muitas pessoas fogem do calor arriscando a vida em cavas, rios e represas. Em 2001, o Corpo de Bombeiros (CB) registrou cinqüenta afogamentos na Região Metropolitana de Curitiba. Neste ano, os dados já assustam: ocorreram 31 acidentes, dois deles esta semana. O segundo-tenente Moisés Capliglione, do 6.º Grupamento, prevê que até o fim do verão o número pode chegar a cem, caso o calor continue intenso.

Os freqüentadores das cavas são pessoas que não tem condições de ir a clubes ou à praia. Durante a semana as vítimas são jovens com idade entre 12 e 15 anos, geralmente vão até o local em grupo, muitas vezes gazeando aula. Capliglione argumenta que a solução para evitar as mortes é a conscientização, já que a imprudência é companheira constante das vítimas. Ele destaca a atuação de pais e professores com trabalhos educativos.

No fim de semana os acidentes geralmente acontecem com adultos que beberam e resolveram se aventurar na água. Tem também aqueles que resolvem tomar banho após o almoço e acabam morrendo por congestão.

O sargento-adjunto Gilmar Grisalt, do 6.º Grupamento, explica que grande parte dos afogamentos ocorre com quem não sabe nadar. O banhista entra na cava porque acha que está no raso, mas de repente cai nas depressões, que são comuns nestes lagos onde era retirado areia. Muitos são acometidos de espasmos de glote, porque saem bruscamente da água quente para a fria e não conseguem respirar. “Já atendemos casos em que a pessoa não morreu afogada, mas por não conseguir respirar”, cita Grisalt.

Mas além do risco de afogamento os banhistas estão expostos a inúmeras doenças, já que a água nestes locais é contaminada. “Na melhor das hipóteses o sujeito pode pegar uma doença de pele”, frisa Grilsat.

Os afogamentos também ocorrem em rios e represas, entre as vítimas muitos são pescadores. Algumas vezes se arriscam sem salva-vidas, em canoas que não oferecem segurança. Outro problema é que alguns usam botas. Elas enchem de água e fazem pressão. Neste caso, a pessoa não consegue tirá-la para nadar e acaba indo para o fundo. De acordo com o sargento Gilmar, o melhor mesmo é não se arriscar e jamais entrar nas cavas.

Voltar ao topo