Tarifa incerta

Com fim do preço diferente, valor certo da tarifa é dúvida

Ninguém sabe quanto vai custar a passagem de ônibus em Curitiba após o fim do preço diferenciado pra quem paga com cartão transporte ou dinheiro. Nem o prefeito Gustavo Fruet, que disse ontem que o novo valor da tarifa segue indefinido. A cobrança diferenciada vai acabar dentro de 90 dias, como previsto no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pela Urbanização de Curitiba (Urbs) junto ao Ministério Público do Paraná (MP).

A prefeitura ainda não definiu se a tarifa do transporte será de R$ 3,15 – pagos atualmente por quem usa cartão transporte de R$ 3,30 no pagamento em dinheiro ou um valor diferente disso. “Vamos tentar manter [o valor da tarifa], o máximo possível, na atual situação”, disse Fruet, em evento de inauguração do novo sistema de monitoramento da Praça Rui Barbosa.

O prefeito disse que o custo final da tarifa de ônibus não depende apenas da prefeitura. “Temos pelo menos dez instituições que têm poder no custo final do preço da tarifa”, afirmou, lembrando decisões no MP e na Justiça do Trabalho que acabam influenciando o preço do transporte público, como o dissídio coletivo dos trabalhadores do transporte.

Fruet voltou a defender o uso do cartão transporte. “Incentivamos o cartão porque, quanto menos circular o dinheiro, há mais segurança e permite um controle total sobre a receita do sistema. Então isso também está em discussão com o MP. Vamos administrar. Essa solução não vai sair no curto prazo”, explicou.

Mais subsídios à vista

As duas únicas certezas dadas pelo prefeito foram de que a tarifa para o usuário não deve passar dos R$ 3,30 e que a tarifa técnica – custo real por passageiro – deve sofrer reajustes, o que vai resultar em mais subsídios dados pelo poder público municipal ao sistema de transporte.

O aumento na tarifa técnica ocorrerá por causa do reajuste aos trabalhadores do transporte coletivo, que foi garantido após acordo na Justiça do Trabalho, na última segunda-feira. O reajuste acordado foi de 9% nos vencimentos, além de aumento no vale alimentação de R$ 330 para R$ 415 e o abono salarial de R$ 350.

Segundo Fruet, o dissídio ficou acima do que a prefeitura estava trabalhando e isso converterá em um subsídio de R$ 1,9 milhão a R$ 2,1 milhões para segurar o preço da passagem. “Quando se estabelece um valor maior, ocorre um impacto, e isso é repassado para a tarifa técnica”, explicou. Serão, ao todo, cerca de R$ 20 milhões ao ano por causa desse subsídio. novo valor da tarifa técnica, entretanto, ainda não está definido e isso deve passar por discussões entre as empresas de ônibus e a Urbs. (Da Redação)