Colônia Penal dá curso sobre o plantio orgânico

Eliandro Miguel dos Santos, 23 anos, natural de Matelândia, Oeste do Estado, cumpre pena em regime semi-aberto na Colônia Penal Agrícola do Paraná, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Há um ano e meio na colônia, sua angustia pela liberdade é atenuada pelas práticas que lembram sua vida antes da prisão. Uma delas é a agricultura. Atividade que pretende voltar a exercer quando for libertado. Nesta semana ele e mais dezenove detentos e dois funcionários da colônia tiveram uma experiência diferente. Orientados pelo professor Carlos Bassetto, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná (Senar-PR), eles aprenderam técnicas da agricultura orgânica, feita sem produtos químicos.

Santos, contente com o aprendizado, disse que será um disseminador do cultivo orgânico. “Está sendo muito bom. Depois que sair daqui com certeza vou voltar para o campo e usar o que aprendi”, revelou o detento.

Para Jorge Castagnaro, 44 anos, há oito meses na colônia, o curso pode significar uma mudança de vida. “Trabalhava na construção civil. Antes imaginava em sair daqui e voltar a fazer o que fazia. Mas depois do curso já estou dividido. Estou empolgado em aprender a produzir vegetais sem usar produtos químicos”, ressaltou Castagnaro.

O engenheiro agrônomo Carlos Bassetto disse estar muito contente com sua primeira experiência trabalhando com internos. “A maior parte do pessoal já é do meio rural. Eles estão aprendendo sobre o tripé da agricultura orgânica, que é a independência do produtor, o produto de melhor qualidade e o respeito ao meio ambiente”, explicou, citando que ensinava como fazer um adubo totalmente livre de componentes químicos e baseado no que o agricultor já tem na propriedade.

A colônia

O vice-diretor da Colônia Penal Agrícola do Paraná, Aclínio José do Amaral, explicou que cursos como esse eram prática na colônia até 1991. “Agora estamos retomando. Temos programados dez cursos até o final do ano. Vamos encaixar os detentos conforme o perfil de cada um”, explicou, lembrando que nos próximos meses os detentos terão cursos de criação de bovinos, derivados do leite, agricultura familiar, oleicultura entre outros.

A colônia compreende uma área de setecentos alqueires e abriga novecentos detentos em regime semi-aberto. “Eles são divididos em grupos para irem para casa; os da capital ficam por três dias e do interior por seis”, contou, lembrando que hoje um grupo de duzentos detentos deve sair da colônia.

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, os detentos da colônia plantaram várias árvores ontem.

Ato lembra poluição dos rios curitibanos

No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado ontem, integrantes da Fundação Estadual da Cidadania realizaram um ato público, das 10h às 17h, na Boca Maldita, em Curitiba, para conscientizar a população sobre a importância de se preservar a natureza. Os integrantes da entidade estenderam um grande mapa hidrográfico no calçadão da Rua 15 de Novembro e deram aulas sobre as bacias hidrográficas paranaenses. O foco principal foram os níveis de poluição dos 52 rios que cortam a capital do Estado. Um dos coordenadores do ato, Maurício Cheli, alertou que quase todos os rios que cortam Curitiba estão mortos.

“Se continuarmos poluindo os rios, dentro de 20 ou 30 anos não teremos água em boas condições sequer para lavarmos as mãos”, adverte o coordenador, lembrando que a Sanepar já utiliza grande quantidade de produtos químicos para tratar a água que consumimos. “Mesmo assim, muitas vezes o líquido chega a nossas casas com cheiro ou aparência turva. Em breve, não haverá mais produtos químicos suficientes para eliminar a poluição.”

Distribuição de frutas

Para quem passava pela Boca Maldita, foram distribuídas mil mudas de árvores frutíferas e dez caixas de mexiricas. O objetivo era divulgar o projeto “Fruta no Bosque”, lançado ontem, às 20h, no Café Curaçao. O projeto tem como objetivo convencer a Prefeitura a plantar árvores frutíferas nos parques, bosques e praças públicas da cidade, para que toda a população possa usufruir gratuitamente de frutas frescas e benéficas à saúde.

“O plantio de árvores frutíferas é bastante simples e barato”, argumentou Maurício. “Várias cidades brasileiras, como Belém do Pará e Pato Branco já adotaram a medida.”

ECT incentiva reciclagem

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) vai usar de sua grande capacidade para disseminar informações para colaborar com o meio ambiente. Ontem, foi lançado simultaneamente em vários pontos do País uma quadra de selos com os temas reciclagem/artesanato. Neles são apresentadas obras de artesanato feitas com quatro tipos de material reciclável: vidro, papel, plástico e metal. Os desenhos são da artista plástica Cecília Langer.

No Paraná, o lançamento aconteceu em um evento relativo à Semana do Meio Ambiente, promovida no bairro Jardim Botânico, pela Prefeitura de Curitiba. O coordenador regional de operações dos Correios, Luís Carlos Werner, explicou que o objetivo da empresa é ajudar a levar a mensagem da reciclagem através das cartas. Diariamente no Paraná os Correios postam 1,5 milhão de correspondências. “Claro que nem todas usarão esses selos, mas vamos incentivar as pessoas a comprá-los e divulgar a mensagem”, salientou Werner, destacando que foram feitos quase quatro milhões de selos para todo Brasil. O preço unitário do selo é R$ 0,60. “Os países do Mercosul também estão lançando selos similares. Não são com os mesmos desenhos, mas levam as mesmas mensagens”, destacou Werner.

Também fazendo parte da Semana do Meio Ambiente, os Correios organizaram oficinas de filatelia na Praça Plínio Tourinho, no Jardim Botânico.

Debate e plantio de araçazeiros em Colombo

Com plantio de mudas de araçá, espécie frutífera nativa da região, no Colégio Estadual Heráclito Fontoura Sobral Pinto, e de aroeira, também nativa, na margem do Rio Palmital, em Colombo, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos marcou ontem a semana de debates e reflexões com o governo e sociedade as comemorações do Dia Mundial do Ambiente.

As atividades realizadas em Colombo são parte da Agenda Unificada da Semana de Ambiente envolvendo diversos órgãos do governo do Estado, além de prefeituras e organizações não-governamentais, em todo o Paraná.

Os mais de quatrocentos eventos, explicou o secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, terão desdobramentos práticos em várias ações locais como proteção de nascentes, plantio de matas ciliares, repovoamento de rios, combate ao tráfico de animais e outras atividades que começam a partir de agora.

Em Colombo, o plantio de mudas às margens do Rio Palmital também dá início às ações de governo em sub-bacias responsáveis pelo abastecimento de água da Região Metropolitana de Curitiba e do Parque do Rio Palmital, sob a responsabilidade da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba).

O plantio foi realizado pelos secretários estaduais de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida e Edson Strapasson, especial para Assuntos da Região Metropolitana de Curitiba, presidente do IAP, Rasca Rodrigues, Antônio Ricardo Milgioransa, secretário municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente de Colombo e Arlete Rosa, diretora de Meio Ambiente da Sanepar.

Spaipa investe em projetos comunitários

A Spaipa S/A Indústria Brasileira de Bebidas, fabricante dos produtos da marca Coca-Cola, está investindo em ações sociais e ambientais que envolvem diretamente a comunidade. Trata-se do “Projeto Escola”, dedicado ao recolhimento de latas de alumínio, e o “Projeto Recicle para a Vida”, que visa à coleta e reciclagem de garrafas plásticas PET.

O primeiro – “Projeto Escola – envolve aproximadamente 1.796 instituições, a maior parte escolas públicas e privadas, hospitais, entidades filantrópicas, condomínios e outros. O mecanismo do projeto permite aos participantes trocar o material recolhido por equipamentos, à medida que apresentem o crédito mínimo necessário, baseando-se numa tabela de troca.

Desde que teve início, em 1996, o projeto já contabiliza o recolhimento de 74.523.516 latas ou 1.064/062 kg de alumínio, o que significa uma economia de 5.321 toneladas de bauxita e 94.813.337 kWh de energia – quantidade suficiente para iluminar por um mês as casas de uma cidade de pouco mais de um milhão de habitantes. Em parceria com a Latasa – Latas de Alumínio S/A, o projeto já repassou à comunidade R$ 941.556,00 em formas de prêmios trocados pela sucata de alumínio.

Garrafas pet

Em março de 2001, a Spaipa lançou-se a um novo desafio: recolher garrafas pet, que podem ser recicladas, transformando-se em fibras de poliéster para confecção de roupas, carpetes, cordas, vassouras, calotas, containers, produtos de couro sintético, entre outros. O recolhimento já atinge valores da ordem de 4.792.045 garrafas ou 255.420 kg de pet. O mecanismo é semelhante ao “Projeto Escola”, com um apelo particular ao mundo dos esportes. O montante, em forma de materiais esportivos entregues, soma R$ 239.602,00.

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