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Coleção de gatos virou problema no Bairro Alto

A judar um animal abandonado é uma atitude sempre louvável, mas que pode virar um problema se algumas precauções não forem tomadas. A mãe de santo Dalzira Maria Aparecida, conhecida como Iyagunã, percebeu isso ao ver seu terreiro de candomblé, no Bairro Alto, tomado por gatos. Hoje, 17 animais vivem no local, gerando despesa e muito trabalho.

A “coleção” começou com apenas um bichinho. “Alguém jogou uma gatinha aqui no quintal e ela ficou abandonada, dois dias sem comer. Eu fiquei com dó, dei comida e ela não saiu mais daqui. Uma amiga viu, achou que eu gostava de gatos e trouxe mais dois. E daí não parou mais”, conta a mãe de santo.

Criados soltos, os animais foram se reproduzindo, aumentando a gataria a cada ninhada. “Me falaram para castrá-los, mas nunca tive a iniciativa. Agora não estou mais tendo condições de cuidar. É muita despesa com comida, veterinário… Sem falar nas pessoas que não gostam de gatos ou têm alergia e deixam de vir ao terreiro por isso”, diz Iyagunã.

Para quem se incomoda com os bichos, o terreiro não deve ser mesmo um local agradável. “Eles andam por tudo, e a gente tem que ficar o dia inteiro atrás, limpando. Só somem nos dias de festa. Quando o tambor toca, eles desaparecem, mas voltam quando para”, relata a mãe de santo.

Só com ração, Iyagunã calcula uma despesa de cerca de R$ 100 por mês, conta que já foi maior. “Já doei mais de dez gatos. Teve gente que disse pra largar eles no cemitério municipal, mas não quero abandoná-los. As ONGs de proteção aos animais dizem que não têm espaço. Curitiba está desprotegida nessa questão de felinos e de cachorros também”, afirma.

Dos 17 gatos do terreiro, apenas uma fêmea é castrada. Fazer a cirurgia nos demais custaria pelo menos R$ 1 mil. “Por isso estou procurando quem queira ficar com eles. Quem quiser pode ligar ou vir aqui buscar. Tem gato espalhado por toda a parte”, pede a mãe de santo.

O terreiro de Iyagunã fica na Rua Rio Jaguaribe, 1096, no Bairro Alto. O telefone é (41) 3014-8904.

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