Clubes mesclam ritmo baiano e marchas

Para tentar agradar os foliões de todas as idades, as bandas que animaram o Carnaval nos salões em Curitiba tiveram que mesclar o ritmo baiano com as velhas marchinhas. Foi assim no Paraná Clube, onde diversas gerações se reuniram na noite de segunda-feira para curtir o segundo baile promovido pelo clube.

Apesar do público ser pequeno – bem diferente dos tradicionais bailes de salão das décadas de 70 e 80 -, quem compareceu ao Paraná Clube estava com disposição para dançar até o sol raiar. A aposentada Regina Chiquetto afirmou que aprendeu a gostar de Carnaval com os pais, e, desde pequena, não perde nenhum baile. O mesmo gosto pelo Carnaval tem o autônomo José Gentil Hayden, que levou para o salão quatro filhos e um irmão. Entre o grupo, quase todos optaram por escolher uma fantasia ou um adereço para se divertir.

Escondida atrás de uma fantasia de "deusa grega", a operadora de telemarketing Marion Densene estava passando o primeiro Carnaval em Curitiba. Acompanhada do amigo David de Lima, que durante o baile era o "Gladiador", diz que resolveu ficar na cidade, ao invés de passar novamente o feriado no litoral, pela segurança. "Acho que fiz a melhor escolha, pois a festa está muito animada e tranqüila", falou.

Duelo

O casal de engenheiros Fátima Chueire e Luiz Holanda trouxe os adereços tradicionais para curtir o Carnaval: máscaras, confetes e serpentinas. Apesar da disposição para pular a noite toda, eles reclamaram que foi difícil encontrar um clube na capital que promovesse a festa. "Nós rodamos a cidade até chegar aqui", disse Fátima, que também esperava ouvir apenas músicas que ficaram eternizadas nos salões, como Abre Alas (Chiquinha Gonzaga), Aurora (Mário Lago) ou Chuva, Suor e Cerveja (Caetano Veloso).

Mas para Marion Densene, como Carnaval é uma festa democrática, ela defende a mistura de todos os ritmos, "pois assim eles agradam o público de todas as idades". Compenetrada em seguir a coreografia, a estudante Tamina Taques diz que a festa só tem graça pelas músicas baianas. "Como não posso ir para o Carnaval na Bahia, é bom curtir as músicas aqui no Sul", falou.

Já a pedagoga Ana Araújo e Silva e amiga Néia Rodrigues são favoráveis à volta dos antigos carnavais, só com as velhas marchinhas. "É preciso fazer isso para trazer de volta aqueles maravilhosos bailes de salão", disseram. Com 54 anos – e estreando uma fantasia de índia que trouxe de Manaus -, Ana deu um conselho para as pessoas da sua idade: "Saiam de casa para se divertir, pois ficar em casa enferruja e adoece".

Enquanto os foliões se divertiam no salão, o vendedor ambulante César Luiz aguardava do lado de fora do clube. Com uma caixa de isopor cheia de bebidas, ele estava otimista para vender os produtos que iriam ajudar a complementar a renda. "Se tirar uns R$ 100, já está bom", disse. Para driblar o frio e a garoa, o ambulante disse que a estratégia seria tirar um cochilo no carro e voltar no final do baile.

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