Clandestinidade preocupa categoria dos vigias profissionais

O aumento dos índices de criminalidade contribui para que a procura por serviços de vigilância cresça a cada dia, gerando novas oportunidades de trabalho a profissionais especializados na área. Porém, também é grande o número de pessoas que prestam serviços de vigilância na clandestinidade, colocando em risco a vida de quem os contrata e da sociedade como um todo.

O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana, João Soares, revela que no Brasil existem cerca de 1,2 milhão de vigilantes. Em contrapartida, são dois milhões de pessoas desenvolvendo a função sem habilitação. No Paraná, são cerca de 17 mil profissionais habilitados e 35 mil clandestinos. Na capital e municípios vizinhos, são 12 mil pessoas que atuam na ilegalidade contra 4.500 profissionais.

?Como se pode observar, o número de pessoas que atuam na clandestinidade é bem maior que o número de profissionais habilitados. Com isso, ao invés de contratar segurança, os estabelecimentos (como lojas, bares, escolas, indústrias, entre outros) podem estar contratando insegurança?, afirma João. ?A situação é tão grave que está em andamento no Congresso Nacional um projeto que pretende responsabilizar criminalmente as empresas que contratam vigias sem verificar se eles são autorizados a desenvolver a atividade?.

O risco em contratar vigilantes que atuam na clandestinidade está no fato de que geralmente eles não possuem treinamento, não têm preparo psicológico para a função, não sabem agir com coerência nem utilizar armas de fogo (os vigias são autorizados a portá-las quando em serviço). ?Existem casos de pessoas que contrataram vigias clandestinos para cuidar de suas casas ou fazer segurança particular e acabaram tendo seus bens levados ou mesmo integrantes da família seqüestrados pelos supostos profissionais?.

Na hora de contratar um vigilante, o sindicato aconselha as pessoas a sempre procurarem empresas especializadas em segurança privada, pois os vigilantes devem ser funcionários delas, não podendo prestar serviços por conta própria. Depois, é preciso checar se o profissional tem curso de vigilante, passa por curso de reciclagem a cada dois anos e tem carteira nacional de segurança expedida pela Polícia Federal, que é órgão fiscalizador da categoria.

?Tudo isto são exigências para que um vigilante possa atuar. Os cursos de formação (na capital oferecidos por cinco instituições) são obrigatórios, tendo duração de quinze a trinta dias e custo médio de R$ 500,00. Para cursá-los, a pessoa deve ter mais de 21 anos, ensino fundamental completo e não ter antecedentes criminais?, explica. ?Entre as disciplinas estão relações humanas no trabalho, combate a incêndio, armamento e tiro, primeiros socorros, defesa pessoal e direito penal?.

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