Cinzas de vulcão chileno chegam ao Paraná

Relatos de moradores de Curitiba e Paranaguá que carros amanheceram cobertos de uma espécie de fuligem indicam que as cinzas do vulcão Puyehue podem ter chegado à região leste do Paraná. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, não é possível afirmar que as cinzas são do vulcão chileno, mas diz que as condições climáticas são favoráveis para o deslocamento da nuvem de cinzas vulcânicas. “A direção do vento e a formação de nuvens com a ocorrência de alguns chuviscos podem auxiliar na chegada das cinzas”, afirma Beatriz Porto, meteorologista do Simepar.

A assistente financeira Francielly Pereira conta que ao sair de casa, logo pela manhã, o seu carro estava coberto por um pó branco pouco mais espesso que a poeira comum. “Eu e o meu marido não sabíamos o que era, porque na noite anterior não havia chovido muito e o clima não estava seco para tanta poeira”, afirma. Para o bibliotecário Carlos Eduardo de Castro, parecia que tinha obra ao lado de sua casa. “Estava tudo coberto de branco, achei que tinham lixado uma parede no vizinho”, conta. Nas redes sociais, as cinzas também ganharam destaque e vários relatos e fotos foram postados ao longo do dia.

Depoimentos à Tribuna confirmaram que no litoral catarinense a fuligem não só cobriu os carros deixados no tempo como invadiu residências, a tal ponto de exigir que moradores fechassem as casas. O Simepar confirmou ter informações de ocorrências parecidas em Florianópolis.

Prejuízo

Localizado no sul do Chile, o vulcão Puyehue entrou em erupção no início de junho e desde então gerou perdas milionárias no setor turístico e agropecuário na Argentina, já que muitos animais morreram ao ficar sem pasto porque foram tomados pelas cinzas. Além disso, os principais aeroportos do Brasil, Chile, Argentina e Uruguai têm sofrido com atrasos e cancelamentos de voos em decorrência das cinzas vulcânicas.