Ciclofaixa é testada no Dia Mundial sem Carro

Quem anda de bicicleta em Curitiba enfrenta dificuldades devido à ausência de locais exclusivos para circulação em duas rodas. No Dia Mundial sem Carro, realizado ontem, ciclistas que passaram pela região do Boqueirão puderam contar com um percurso de 1,5 quilômetro só para eles na Avenida Marechal Floriano Peixoto, entre o terminal do Hauer e o Shopping Cidade.

No local, a prefeitura realizou testes relativos à primeira ciclofaixa da cidade, que será implantada, de forma definitiva, em um trecho de quatro quilômetros entre o Terminal do Carmo e a Linha Verde. Foram colocados cones e faixas indicando o trânsito de bicicletas ao lado da canaleta de ônibus.

“Estamos na fase final de elaboração do projeto de implantação da ciclofaixa. Ela ficará do lado esquerdo das vias da avenida, ao lado da canaleta, onde hoje acontece o estacionamento de veículos. Este irá passar a ser realizado do lado direito”, explicou o agente de fiscalização da Unidade de Educação e Mobilidade da Urbs (Urbanização de Curitiba S.A), Eduílio Sampaio. “Sem ciclofaixa, os ciclistas devem dividir espaço com os carros. Porém, o que acontece é que eles dividem com os ônibus, nas canaletas, sem consciência de que isto é muito mais perigoso”.

Ainda não há previsão de quando a primeira ciclofaixa ficará pronta, mas Eduílio explica que, nos próximos anos, outras, em diferentes locais da cidade, podem vir a ser implantadas, dependendo da necessidade e viabilidade. Ele valorizou o uso da bicicleta como meio de transporte.

“É um meio não poluente e que ainda contribui com a saúde e qualidade de vida dos usuários. A prefeitura incentiva a utilização da bicicleta, assim como do transporte coletivo e da carona, para melhoria do trânsito”.

O funcionário da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Carlos Assunção Belotto, coordena um programa de extensão denominado Ciclovida, que visa incentivar o uso da bicicleta. Ontem, ele passou pela Marechal Floriano e conferiu os testes da ciclofaixa.

“Será muito bom ter um local exclusivo para circulação. Utilizo a bicicleta quase todos os dias, rodando cerca de vinte quilômetros para ir e voltar do trabalho e realizar outros percursos. Só uso o carro quando está chovendo ou quando tenho que transportar materiais”, contou.

José defende que a bicicleta, além de meio de transporte, é uma ótima maneira de se manter em forma. “Muitas pessoas reclamam que não realizam atividades físicas por falta de tempo. Entretanto, passam horas, todos os dias, sentadas dentro do carro”.

Atualmente, Curitiba tem cem quilômetros de ciclovias, que fazem a ligação entre os parques e passam por alguns trechos urbanos, como as ruas João Negrão, Afonso Camargo e Victor Ferreira do Amaral.

Esta semana, o presidente da Câmara de Vereadores, João Cláudio Derosso, aprovou um projeto de Lei que prevê que, em estacionamentos de veículos, também sejam destinadas vagas exclusivas para bicicletas.

O projeto surgiu atendendo a pedidos dos próprios ciclistas, que ressaltaram a existência da prática em outros países. A iniciativa é mais uma visando o aumento do uso da bicicleta na capital.