Ciclo da dengue preocupa especialistas

O número de casos de dengue vem crescendo de forma bastante relevante no Paraná. Segundo os dados mais atualizados da Secretaria de Estado da Saúde, até o início do último mês de julho foram confirmados 20.659 casos da doença (19.930 autóctones e 729 importados) e registrados 56.700 casos suspeitos. Oito pessoas morreram.

Até 30 de junho do ano passado, haviam 748 casos confirmados (655 autóctones) e 7.682 suspeitos. “A dengue é uma doença que tem ciclos. Tivemos anos epidêmicos em 2003 e 2007. Agora, a situação volta a se repetir em 2010”, diz o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria, José Lúcio dos Santos.

A epidemia, de acordo com José, pode estar ligada a três fatores: sorotipo do vírus em circulação; descuido da população em relação a ações de prevenção; e maior proliferação do mosquito Aedes aegypti, causador da doença, em função de uma grande quantidade de chuvas.

Em relação ao sorotipo da dengue, existem três em circulação no Brasil. Durante os últimos anos, no Paraná, houve predominância do de número 3, sendo que muita gente ficou imune a ele. Agora, prevalece o de número 2, ao qual muitas pessoas ainda não têm imunidade.

“Sobre o descuido da população, ele geralmente acontece depois que a dengue deixa de fazer parte do dia a dia. As pessoas tomam bastante cuidado após um período de epidemia, mas com o tempo vão deixando as ações preventivas um pouco de lado”, afirma o superintendente.

No que diz respeito às chuvas, José lembra que o último verão foi bastante atípico. Da segunda quinzena de dezembro de 2009 até o último mês de março, fez bastante calor e chuva. Esta condição contribuiu para que a proliferação do mosquito da dengue fosse maior. “A epidemia é causada pela conjugação de diversos fatores”.

Em função do aumento de casos da doença, a secretaria vem solicitando a todos os municípios do Estado que realizem reforços em suas medidas de combate ao mosquito causador. “Neste segundo semestre, estamos intensificando as ações educativas, de controle, de mobilização e levantamento de dados para que, no início do verão, não tenhamos altos índices de infestação”.

A principal medida de combate à dengue é evitar acúmulo de água parada, o que gera ambiente propício à criação do Aedes aegypti. Por isso, é importante verificar latas, embalagens, copos plásticos, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d’água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras.

Os sintomas principais da dengue são febre alta, dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjoos, vômitos, manchas vermelhas na pele e dor abdominal. Se eles se manifestarem, é importante procurar um médico o quanto antes.