Chuva alaga ruas e invade casas no litoral paranaense

O dia de ontem foi de frustração e muito trabalho para moradores e veranistas dos municípios de Pontal do Paraná e Matinhos, litoral do Estado. Com a forte chuva que caiu durante a madrugada, ruas ficaram alagadas e casas foram invadidas pela água. Passar pelas vias de terra era tarefa árdua: com o excesso de mato e o pouco escoamento, elas se transformaram em verdadeiros banhados, atolando carros e ilhando pedestres. A população se diz revoltada com a situação, que se repete há anos.  

?Ninguém toma uma atitude. Toda vez que chove aqui é assim?, reclamava a veranista Ineide Almeida, que tem uma casa no balneário de Santa Terezinha. Apontando para a lagoa formada pela água ao lado do quintal, ela se mostrava indignada. ?A promessa da Prefeitura era calçar essa rua, mas isso nunca aconteceu.? A via em questão é a Avenida Paraná, a principal do balneário. A parte sem bloquetes, que inunda em tempos de chuva, é a que fica do outro lado da PR-412, em direção oposta à praia.

Quem mora no local sabe bem o que é enfrentar a situação. ?Do lado de lá (apontando em direção à praia) quase não tem problema, a água tem canaleta para escoar. Mas aqui empoça tudo?, atesta o aposentado Oísis Gusso. Com o mato misturado à água, os moradores têm de escolher por onde passar quando as brechas existem. ?A gente escolhe o outro lado da estrada para morar pela tranqüilidade, mas a falta de infra-estrutura não compensa.? Na rua onde mora Gusso, uma das perpendiculares a Paraná, os moradores brincam com a possibilidade de adquirir botes para trafegar. ?Nem de carro está dando coragem de passar?, dizia a veranista Elvina Chaves.

Tanto que quem se arriscou, teve prejuízo. O motorista Jorge Miquelosso, por exemplo, perdeu o motor do carro. ?Agora estou vendo se o seguro vai cobrir. Até caminhão quase encalhou aqui essa semana.? Além da dificuldade em trafegar, o cheiro também incomoda, uma vez que a água da chuva parece se misturar à de esgoto. ?Fica insuportável. Mas a gente tem de tentar pelo menos amenizar o problema para poder passar?, afirmava o guarda municipal Marcelo Franco, que com uma enxada tentava abrir caminho na terra para escoar a água. ?Um belo descanso para quem está de férias?, resumia.

Perto dali, no balneário Solymar, em Matinhos, veranistas e moradores tentavam tirar a água que invadiu casas à beira da rodovia. ?O jeito agora é esperar baixar?, contava Eva Cavalcante, que alugou um imóvel para a temporada. No local, as paredes foram encobertas em até meio metro.

Apesar dos prejuízos, tanto em Matinhos quanto em Pontal, o Corpo de Bombeiros não registrou ocorrências. O tenente Leonardo Mendes conta que um efetivo saiu durante a madrugada para fazer ronda pelos municípios temendo que a água subisse demasiadamente. ?Mas, na maior parte dos pontos, a água ficou na altura do meio-fio, sem transtornos maiores.? Ninguém precisou ser socorrido, mas os bombeiros continuam em alerta, uma vez que a Defesa Civil prevê chuva com fortes ventos para hoje em todo o Estado.

Providências

Com relação à reclamação dos moradores, o prefeito de Pontal, Rudisney Gimenes, afirma que após a temporada pretende investir nas áreas mais distantes da praia. ?Enviamos um ofício à Câmara de Vereadores solicitando licitação de emergência para a compra de maquinário e material para as obras?, conta. Segundo ele, a Avenida Paraná e seus entornos estão nos planos. 

Voltar ao topo