O próximo Dia das Crianças será especial para muitas famílias. São casais que alimentaram a vontade de serem pais durante anos e graças a ajuda da ciência conseguiram realizar o sonho. Hoje, pais e filhos participam de uma festa na Clínica Huntington (Centro de Medicina Reprodutiva), onde realizaram o tratamento. O dia vai ser dedicado à comemoração da vida.
De cada seis casais, um precisa da ajuda da ciência para engravidar. Waldirene Carreira Del Claro, de 33 anos, e Carlos Eduardo Moreira Del Claro, 34, são o retrato da luta de muitos deles para ter um filho. “Quando você sonha em ser mãe, você pode estar bem no casamento e profissionalmente, mas falta alguma coisa”, explica Waldirene. Mesmo depois de cinco anos tentando engravidar, passando por vários tratamentos sem sucesso ela não desistiu. “Quando pegamos o resultado nem eu nem meu marido tínhamos coragem de abrir. Foi muito tempo de respostas negativas”, lembra. Mas há um ano e meio ela teve seu esforço recompensado com o nascimento de Eduardo. “Olho para ele e ainda tremo”, confessa.
Waldirene tinha um problema comum a muitas mulheres, a endometriose (presença do tecido endometrial fora do seu local habitual), o que impossibilita a gravidez. O médico Francisco Furtado Filho diz que em 30% dos casos o problema está com a mulher, 30% com os homens e 40% com os dois. Conforme o diagnóstico é selecionado o tratamento, que pode ser um procedimento cirúrgico (laparoscopia), inseminação ultra-uterina e fertilização in-vitro. Waldirene teve sucesso com a última opção. Hoje ainda tem dez embriões congelados e ano que vem pretende ter mais um filho.
Ela ainda não sabe qual será o destino daqueles que não vão ser usados. O médico comenta que este é um grande problema ético e a ciência ainda está discutindo o destino destes embriões. Mas Waldirene por enquanto só pensa em curtir o filho. “Só quem passa por isso para saber o que é desejar ter um filho. Nada na vida tem sentido”, comenta. Para aquelas mulheres que também estão acalentando o sonho de serem mães ela aconselha a não desistir e procurar uma clínica de confiança, que tenha um tratamento humanizado. “É importante o carinho e a segurança que a equipe médica transmite”, diz. Ressalta também que o acompanhamento e apoio do marido em todas as fases é essencial. Francisco afirma que 88% dos casais que procuram ajuda conseguem ter filhos se tentarem as diversas formas de tratamento.