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Campanha nacional incentiva a doação de órgãos

Tendência que vem sendo verificada nos últimos anos, os transplantes de órgãos no Brasil cresceram 24,3% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2008. Para ampliar ainda mais esta prática está sendo lançada hoje a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.

A partir da conversa como tema, a campanha mostrará a importância de comunicar aos familiares a decisão de se tornar um doador. As peças publicitárias esclarecem que uma pessoa não precisa deixar nada escrito, mas simplesmente comunicar sua família a intenção de ser um doador.

Com o slogan “A vida é feita de conversas. Basta uma para salvar vidas”, a nova campanha de doação de órgãos começa a ser veiculada hoje nas televisões e rádios de todo o Brasil.

Dados do Ministério da Saúde mostram que foram feitos 2.099 transplantes de órgãos até julho deste ano, enquanto em 2008 foram 1.688. O Paraná se mantém entre os estados que mais realizam os transplantes.

Foram 108 procedimentos no ano passado e 115 neste ano. Em 2008, o Estado ocupou o quarto lugar, atrás de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Neste ano, o Paraná está em sexto, junto com Pernambuco.

No entanto, os transplantes de coração caíram 2,04%, e os de pulmão,15,38% em todo o País. Segundo justificativa do Ministério da Saúde, a queda ocorreu devido a impeditivos como o tempo de isquemia e as condições de manutenção do doador, ou seja, eles resistem menos tempo sem circulação e oxigenação.

“Dobramos o nosso gasto com transplantes, mas além de recursos materiais, precisamos do bem mais valioso e escasso, que são os órgãos doados”, reforça Rosana Nothen, coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes. Em 2004, o gasto com transplantes foi de R$ 409,4 milhões e, quatro anos depois, atingiu R$ 824,2 milhões, de acordo com o governo federal.

Fila de espera

O Paraná tem 4.065 pessoas aguardando por um transplante de órgãos. Embora a maior parte dos transplantes realizados no Estado seja de rim, a demanda maior ainda é por este órgão, fila na qual já estão 2.477 paranaenses.

A espera pode levar de um ano e meio a quatro anos, dependendo da urgência e compatibilidade. Para o transplante de córnea, segunda maior demanda no Estado, são 1.182 pessoas na espera.

Em relação ao número de transplantes, os números da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) diferem dos do governo federal. Segundo o Estado, em todo o ano de 2008 foram feitos 1,4 mil transplantes e, neste ano, até o fim de agosto, outros 949 procedimentos.

Os números têm crescido nos últimos anos, principalmente por conta das campanhas de divulgação e esclarecimento da população, segundo a assistente social da Central de Transplantes do Paraná, Gláucia Repula.

“A cultura está mudando e o índice de rejeição das famílias vem caindo, além de um trabalho melhor feito pelos hospitais, que passaram a melhorar a notificação e o protocolo em casos de morte encefálica”, explica. A cada três ou quatro pedidos de doação de órgãos para a família do falecido por morte encefálica, apenas uma, em média, se nega a doar.

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