Cães e gatos da Ilha do Mel serão esterelizados

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) começa a castrar cães e gatos que habitam a Ilha do Mel a partir da primeira semana de abril. A idéia é impedir que esses animais se reproduzam e, a longo prazo, extinguir as espécies da ilha. Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, todos os bichos estão cadastrados e as cirurgias serão feitas aos poucos, conforme os donos disponibilizarem os animais para a esterilização.

Para o secretário, quem mora no lugar vai ter de entender que ?cachorro não combina com a ilha?. ?Além de serem anti-higiênicos, transmitindo o bicho de pé devido às fezes que depositam na areia, os animais criam uma situação indesejada para a imagem da própria ilha porque eles ficam soltos e podem agredir turistas?, explica. De acordo com Rasca, parte dos cachorros que vivem hoje na ilha é proveniente de donos que moram em Paranaguá e resolveram descartar seus animais longe do continente.

Para controlar a população, primeiro foi feito o cadastramento dos bichos. São cerca de 400 animais, metade em cada parte da ilha (Encantadas e Brasília). Todos possuem foto e dados dos respectivos donos, quando estes existem. A partir da primeira semana de março, haverá vacina anti-vermes para os cães e gatos e, em abril, o IAP começa a castrar os animais gratuitamente. ?Vamos implantar um receptivo na ilha de forma que, quando a pessoa der o nome, aparece se tem cachorro e qual é o animal. Não vamos tomar nenhuma medida drástica, como recolhê-los, mas com a campanha da castração esperamos caminhar para o cachorro zero na ilha?, atesta. Rasca avisa que, assim como os moradores, turistas que quiserem entrar com animais na ilha também terão de ser cadastrados pelo Estado.

Polêmica

Mas até que a meta ?cachorro zero? seja alcançada deve haver polêmica. O proprietário de pousada e presidente da Associação Comercial e de Turismo da Ilha do Mel, Carlos Gnata, diz que é importante o controle da reprodução por uma questão de saúde pública, mas critica a pretensão de acabar com os animais no local. ?É cercear o desejo das pessoas?, define o presidente, dono de dois gatos.

Gnata não discorda do rigor quanto ao controle dos animais, até porque a ilha é local de preservação ambiental, mas acredita que, no caso de turistas, vai ficar complicado permitir a entrada só de quem tem cadastro do bicho. ?Ontem mesmo estavam aqui quatro cariocas com um cachorro. Viajavam pelo Sul do Brasil e trouxeram o animal. E daí? Como vamos proibir a entrada? Acho que nesses casos deve haver especificidades?, pontua.

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