Enquanto pessoas doentes esperam por atendimento em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos hospitais de todo o País, impasses burocráticos estão impedindo a instalação e o funcionamento de dez novos leitos de UTI no Hospital Municipal Amadeu Puppi (pronto-socorro municipal), em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O local não possui UTI. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), os equipamentos já foram comprados e a verba para atender os pacientes está garantida, mas o problema agora reside em R$ 500 mil mensais que seriam repassados ao município para dois estabelecimentos de saúde (para o PS e para o Hospital Infantil João Vargas de Oliveira). Este valor, segundo a Sesa, só pode ser disponibilizado depois que os estabelecimentos estiverem em pleno funcionamento. Mas os hospitais, por sua vez, não estão com todos os setores funcionando por conta da falta da verba.
Entretanto, segundo o superintendente da Secretaria de Saúde de Ponta Grossa, Edson Alves, o município aguarda que os documentos do governo do Estado estejam em ordem para que as UTIs entrem em atividade. Ele afirma que o governo e a Prefeitura estão empenhados em resolver o problema. ?Apenas vinculamos o funcionamento dessas UTIs à formalização de gerenciamento pelo governo do Estado. O nosso conselho de saúde não permite que façamos de outra forma?, disse. Alves não tem previsão de quando as UTIs poderão iniciar o atendimento.
A diretora da 3.ª Regional de Saúde, Lenir Monastirsky, explica que o Tribunal de Contas (TC) não permite o repasse sem que os hospitais funcionem na sua totalidade. ?Mas estamos tentando entrar em um acordo com o município?, afirma. Os R$ 500 mil são para todos os setores dos hospitais, segundo Lenir, e não apenas para as UTIs. A verba para o material, para o atendimento e os R$ 500 mil seriam provisórios, explica a diretora, até que o Ministério da Saúde credencie as novas UTIs. Já os equipamentos para doze leitos de UTI para o Hospital Infantil ainda não foram comprados.
Segundo a Sesa, a compra está em fase de licitação. A instalação das UTIs nesses dois hospitais seria proveitosa, já que, segundo Lenir, a unidade infantil seria a primeira na 3.ª Regional de Saúde (à qual Ponta Grossa pertence). Essa regional possui mais de dez municípios. Ponta Grossa possui hoje 43 leitos de UTI, mas nenhuma para crianças. ?O ideal seria que tivéssemos 77 leitos, mas, como há algum tempo tínhamos 16, considero que o governo vem dando apoio?, diz. A Sesa investiu R$ 180 mil na compra dos equipamentos para as UTIs dos adultos e R$ 1,8 milhão para as infantis.