BS, de pneus remoldados, ameaça fechar e demitir 700

O sócio-proprietário da BS Colway, maior indústria do setor de pneus remoldados no Brasil, Francisco Simeão, anunciou nesta sexta-feira (7) que as portas serão fechadas e que os 700 funcionários (500 na indústria e 200 nos programas sociais) serão demitidos no dia 19 caso o Supremo Tribunal Federal (STF) não reveja a decisão da presidente da Casa, ministra Ellen Gracie, que suspendeu autorização dada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região para que a empresa importe pneus usados, matéria-prima para os remoldados. "Se não conseguirmos até essa data do recesso teremos que fechar", acentuou. A importação é proibida pela legislação, mas, segundo Simeão, 22 indústrias possuem liminares para trazer a matéria-prima.

Este ano, a BS Colway já demitiu cerca de 500 funcionários e reduziu a produção de 200 mil pneus por mês para 100 mil, com corte também pela metade no faturamento de R$ 20 milhões mensais. Segundo Simeão, o estoque de pneus usados acaba em uma semana. Ele tem outros 200 mil parados no Porto de Paranaguá (PR). Em decisão de hoje, o juiz federal substituto de Paranaguá Carlos Felipe Komorowski, negou autorização para emissão de licença de importação para a empresa. Apesar de Simeão ter garantido que, para trazer esses pneus, recolheu e deu destino ambientalmente correto a outros 250 mil pneus coletados na natureza.

O governo do Paraná está ao lado de Simeão na tentativa de manutenção da indústria e na alteração da legislação. O governador Roberto Requião (PMDB) entrou com três ações diretas de inconstitucionalidade no STF contra as portarias que proíbem a importação dos pneus usados. Hoje, na entrevista concedida por Simeão, compareceu o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko. Ele atestou que a empresa cumpre integralmente as exigências em relação ao meio ambiente. "Tenho segurança absoluta para afirmar que ela traz benefício ao meio ambiente do Estado e do País", salientou. "Se fechar, ficarão na natureza carcaças porque outras empresas não fazem o recolhimento.

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