Bingos tentam reabertura em Curitiba

Com uma decisão do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, do Rio de Janeiro, em mãos, um empresário tentou abrir duas casas de bingos, ontem à tarde, em Curitiba. A decisão seria uma medida complementar do órgão, expedida em maio deste ano, mas não cumprida na época por ordem do governo do Paraná, que proíbe, desde 2003, o funcionamento das casas de jogos no Estado. Desde a noite de sexta-feira, viaturas da Polícia Militar permaneciam em frente aos bingos, com ordens para não permitir a abertura.

De acordo com o advogado Kleber Carvalho, a decisão era válida para as casas Aspem e Bristol Bingos, e se estendia para outras unidades instaladas nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Segundo ele, a partir do não cumprimento da decisão do TRF em maio, eles ingressaram com uma ação cautelar, e o Tribunal, através de uma decisão colegiada, confirmou a decisão. "Na verdade, a atual decisão só reafirma o que já havia sido concedido em maio", explicou Carvalho. O proprietário das casas, Celso Lanzoni, afirmou que a expectativa era que os estabelecimentos pudessem voltar a funcionar normalmente. "Já estamos com uma estrutura mínima para colocar as casas para funcionar", disse.

Mas não era esse o entendimento do procurador geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, que afirmou que não existe nenhuma novidade no caso. "Eles não têm amparo legal para isso e nós não vamos permitir a abertura de nenhum bingo", falou. Segundo Botto, o governo foi comunicado da decisão do TRF, mas ela não teria amparo legal "e não muda nada da decisão de maio". Já o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, disse não reconhecer a decisão, e que a afirmação dos empresários era mentirosa. "Eles não têm amparo legal nenhum, pois a decisão não existe", afirmou, reforçando que nenhuma casa de bingo abriria as portas no Estado.

Impasse

Em frente ao Aspen, na Avenida Batel, uma viatura da PM permanecia no local desde o início da manhã. Com a chegada dos empresários para abrir as portas do bingo, por volta das 16h, outras viaturas foram chegando, inclusive da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), com policiais fortemente armados. Como não havia nenhuma pessoa jogando, foi estabelecido um impasse sobre qual seria o papel da polícia. Só no início da noite um delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) resolveu fechar o estabelecimento. Com essa decisão, os proprietários irão informar o TRF sobre o não cumprimento da abertura das casas e pedir a prisão dos responsáveis no Estado do Paraná. 

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