Bancários dão alerta para o perigo das LERs

Com a popularização do uso dos computadores pessoais, ocorrida nos últimos dez anos, o número de pessoas vítimas de lesões por esforços repetitivos (LERs) aumentou consideravelmente não só no Brasil, mas em todo o mundo. Elas são provocadas pelo uso inadequado e excessivo do sistema que agrupa nervos, músculos e tendões. Afetam principalmente os membros superiores.

São atingidos pelo problema bancários, jornalistas, diagramadores e diversos outros profissionais que têm o computador como uma das principais ferramentas de trabalho, além de pessoas que realizam com freqüência movimentos repetitivos, como por exemplo os motoristas de ônibus, trabalhadores de linha de montagem e estudantes.

Para alertar a população de Curitiba sobre a gravidade das lesões, integrantes do Sindicato dos bancários de Curitiba e Região Metropolitana e estudantes da Uniandrade realizaram ontem, no Dia Internacional de Combate às LERs, uma campanha preventiva na Boca Maldita. Durante todo o dia, os pedestres receberam panfletos informativos e puderam tirar suas dúvidas com organizadores e participantes da iniciativa.

Segundo o diretor do sindicato dos bancários, Otávio Dias, muitas empresas ainda não enxergam as LERs como problemas que podem atingir seus funcionários. Elas têm como principais sintomas a fadiga muscular, dores, formigamento, fisgadas, dormências e perda da força muscular. Geralmente, não podem ser vistas por outras pessoas, somente quem sofre do problema e médicos o reconhecem ou sabem que ele existe. “Como as lesões não podem ser vistas, muitas vezes as empresas não reconhecem que seus funcionários estão doentes, tachando-os de mentirosos e preguiçosos”, diz.

Devido à incompreensão dos patrões e muitas vezes também de parentes e colegas de trabalho, a pessoa vítima de LER pode desenvolver quadros depressivos e se sentir inutilizada para o trabalho. “Não são raras as empresas que, quando tomam conhecimento que um funcionário está com LER, decidem demiti-lo. Por isso, muitas pessoas deixam de revelar que estão doentes e acabam ainda mais lesionadas, pois continuam a realizar os mesmos movimentos repetitivos que ocasionaram o problema. Só procuram um médico quando as dores se tornam insuportáveis, sem saberem que o tratamento tardio contribui para que algumas lesões se tornem irreversíveis”, comenta o diretor.

Como se prevenir

– Fazer pausas durante a jornada de trabalho.

– Realizar exercícios de relaxamento e alongamento.

– Conservar o ambiente de trabalho sadio.

– Fazer exames médicos periódicos.

– Adotar mobiliário ergonômico (móveis reguláveis e adequados ao trabalho).

Fonte: Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana

Voltar ao topo