Aumento do pedágio divide motoristas

Desde anteontem, os motoristas que trafegam pelas rodovias do Paraná estão pagando mais caro pela tarifa de pedágio, em dezessete das 27 praças instaladas no Estado. O preço ficou, em média, 15,34% maior. As concessionárias Rodonorte, Ecovia, Econorte e Viapar conseguiram uma autorização da Justiça Federal, na última quinta-feira (26), para reajustar os valores. O governo do Estado promete recorrer da decisão.

Ontem pela manhã, as concessionárias não registraram qualquer incidente nas praças de pedágio. A expectativa era de outra mobilização, agora dos caminhoneiros. No mês de fevereiro, também com uma decisão judicial, as empresas reajustaram o valor das tarifas, e as praças foram invadidas por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Eles só deixaram as praças depois que o governo conseguiu derrubar na justiça o reajuste.

Entre os motoristas, a opinião sobre o aumento do pedágio se divide. Enquanto alguns defendem a importância das empresas para a conservação das estradas, muitos afirmam que o valor cobrado está muito alto. “Não muda nada. É tudo uma briga política. Mas ninguém briga pelo aumento do frete”, disse o caminhoneiro Ademar Oliveira, que se diz cansado de reclamar.

O bancário Lauro de Andrade Júnior afirmou que não é contra o pedágio, porque as condições das estradas melhoraram. Mas não concorda com o valor cobrado. “É muito alto, e acho que o governo tem condições de fazer um levantamento para indicar qual seria o valor justo”, comentou. Lauro disse que ficou indignado neste final de semana, pois a atendente da concessionária Ecovia se negou a vender o bilhete de retorno. Ele pagou R$ 3,10 pelo pedágio para descer ao litoral de moto, e R$ 4,00 no retorno ontem.

Para o instalador Nivaldo da Silva, o valor de R$ 8,00 pelo pedágio até as praias está justo. Ele considera que nos últimos anos as condições das estradas melhoraram muito. “Para mim está justo, mas acho que para os caminhoneiros está pesado”, comentou.

E está mesmo, garante o motorista Aldino Valcania. Ele teve que desembolsar R$ 26,80 para voltar de Paranaguá com o caminhão vazio até Curitiba. “E ainda tenho mais quatro pedágios até chegar a Guarapuava”, lamentou.

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