Audiência discute uso do xisto para fins agrícolas

Os benefícios ambientais e econômicos do aproveitamento dos subprodutos da industrialização do xisto, serão expostos hoje, em audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, que falará sobre o Projeto Xisto Agrícola. O projeto, que contempla pesquisas desenvolvidas no município de São Mateus do Sul há cerca de cinco anos, envolve a Unidade de Negócio de Industrialização do Xisto (SIX) da Petrobras, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), e tem como objetivo viabilizar o uso do que resta do processamento dessa matéria-prima, abundante no Sul do Estado, para fins agrícolas.

Os subprodutos do xisto podem originar adubos e corretivos de solo a baixos custos para os produtores.

?Os resultados são positivos na substituição de defensivos e fertilizantes que muitas vezes são importados pelo agricultor?, destaca o deputado federal Eduardo Sciarra (PFL), que propôs a audiência. O deputado é autor da emenda que destinou R$ 10 milhões do orçamento da União do ano passado às pesquisas envolvidas no projeto.

Sciarra acredita que os investimentos devem ser ampliados pelos benefícios envolvidos. ?O potencial agronômico e a segurança ambiental e alimentar do uso dos insumos a base de xisto têm se mostrado como excelente opção para a produção agroecológica. Além disso, é apoio à agricultura familiar, setor que deve ser beneficiado em todo o País com a experiência de São Mateus do Sul?, analisa. Para o deputado, a agricultura demonstra ser o destino mais interessante para os subprodutos do xisto, utilizados normalmente como parte de mistura para pavimentação asfáltica. ?As expectativas de custo são mais viáveis. E essa utilização agrícola pode ser um bom negócio?, diz o deputado.

A audiência, segundo ele, apresentará o andamento das pesquisas não apenas para o setor agrícola, mas também para o de tecnologia, com vistas à possibilidade de incentivar o desenvolvimento técnico a partir da nova demanda. ?Os deputados serão sensibilizados a destinar mais recursos do orçamento para este fim?, acredita.

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