Atendimento humanizado nos hospitais em debate

Representantes de hospitais da Região Sul do País estão reunidos em Curitiba para discutir o atendimento humanizado. O evento está sendo promovido pelo Hospital Infantil Pequeno Príncipe, que desde 1982 adotou oficialmente esta política de atendimento. Dos cerca de 500 hospitais do Paraná, 60 desenvolvem atividades na área de humanização. Para fomentar a prática, o governo estadual está condicionado o repasse de verbas do Programa de Regionalização da Saúde, à implantação desta filosofia de tratamento.

A coordenadora de Relações Institucionais do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro, explica que muitas vezes o olhar, o toque, o ouvir são tão importantes quanto os procedimentos técnicos para o tratamento dos pacientes. O hospital já desenvolve vários programas nesta área, com o Família Participativa, onde um familiar acompanha o paciente, aliado a outros projetos, o tempo de internação das crianças acabou sendo reduzido. Quem tem alguém da família junto permanece em média 4,7 dias, enquanto quem não tem, fica geralmente 12 dias. Isto também é bom para o hospital, que acaba gerenciando melhor os recursos, tendo melhores resultados financeiros e acaba atendendo mais pacientes.

O diretor de sistemas de saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Mário Lobato da Costa, explica que a maioria dos grandes hospitais do estado já está trabalhando com esta filosofia. Para fomentar ainda mais a prática, o governo vai repassar verbas estaduais do Programa de Regionalização da Saúde, destinado a cerca de 20 hospitais públicos e filantrópicos, que se comprometerem a desenvolver as atividades. “Esta semana já assinamos alguns acordos”, comenta Costa. As verbas variam de R$ 40 mil a R$ 100 mil.

No encontro, foi discutido três importantes aspectos do atendimento humanizado. O primeiro deles é a gestão. Segundo Ety, ela precisa ser vista como uma forma integrada e não apenas como programas isolados. Outro ponto, é o avanço tecnológico que acabou distanciado os profissionais dos pacientes. Por último, a educação. O atendimento humanizado precisa estar sendo discutido e difundido nas escolas e faculdades da área da saúde. “É uma oportunidade de dividir conhecimentos para multiplicar resultados”, comenta Ety. Segundo ela, de quatro anos para cá, quando o governo federal lançou o Programa Nacional de Humanização de Assistência Hospitalar, o País tem apresentado avanços nesta área. O encontro termina amanhã.

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