Assinado termo de cooperação da Unila

Foi assinado ontem o termo de cooperação técnica para a criação da Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila). O documento, assinado pela reitora em exercício da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Márcia Helena Mendonça, e pelo diretor-geral da Usina Binacional de Itaipu, Jorge Miguel Samek, concretiza a instalação da instituição em Foz do Iguaçu. A Unila deve oferecer vagas de cursos superiores para alunos de vários países da América Latina a partir do próximo ano.

A Unila receberá investimentos que podem chegar a R$ 220 milhões e deve atender, a partir do segundo semestre de 2009, a cerca de 700 alunos. Em cinco anos, a instituição deve oferecer mais de 10 mil vagas.

A idéia é que metade delas seja destinada a alunos brasileiros e a outra metade a alunos dos países latinos. A universidade também deve oferecer cursos diferentes dos tradicionais, como Direito da Integração, História da América Latina, Gestão das Águas e Literatura Latino-Americana.

Segundo Márcia Mendonça, o termo de cooperação torna possível a doação do terreno de 40 hectares pela Itaipu para instalação do campus. Inicialmente, a Unila vai funcionar nas dependências do parque tecnológico da binacional.

“A UFPR, que entra como a tutora dos recursos, vai cuidar das ações operacionais. Nossa universidade deve se concentrar na captação inicial e gerência dos recursos até que a Unila seja homologada”, afirma.

A reitora em exercício conta que a Unila tem concepção semelhante às demais instituições de ensino superior do País. No entanto, o grande diferencial é que trata-se de uma universidade bilíngüe, o que pode aproximar os povos latinos da cultura brasileira. “O objetivo da Unila é a convergência, mostrar o que mais temos em semelhança, seja nos aspectos sociais, culturais ou econômicos.”

De acordo com o professor Paulo Yamamoto, que faz parte da comissão de implantação da Unila, até agora o projeto já teve liberados R$ 2,6 milhões, que serão destinados à estruturação da instituição. “Esses recursos serão usados para compra de equipamentos e na infra-estrutura da instituição”, adianta.

Já Jorge Samek, que ratifica a opinião de que trata-se de um projeto diferenciado, destaca que o País vive um momento de expansão de suas universidades. “A implantação de instituições como essa evidencia a integração entre os países, que não pode ser apenas comercial, porém, precisa ser social e cultural.”