ALL e moradores do Tatuquara resolvem impasse em reunião

Os moradores da Rua Bortolo Pelanda, no bairro Tatuquara, em Curitiba, saíram satisfeitos ontem do encontro realizado na Câmara Municipal, para discutir a situação da via que fica bloqueada pelos trens da América Latina Logística (ALL). A empresa se comprometeu em estudar a possibilidade de construir uma passagem subterrânea. Segundo o representante dos moradores, Leopoldo Ferreira, algumas vezes a espera para atravessar a linha férrea chega até uma hora.

A rua dá acesso a propriedades rurais e há alguns meses os moradores começaram a ter dificuldades para sair e chegar em casa. Leopoldo afirma que parece uma loteria: precisa ter muita sorte para chegar até a passagem de nível e não encontrar o trem parado. ?Você vai para casa à noite e não sabe se vai dar para passar. E se acontece alguma emergência, alguém fica doente? O trem chega a ficar parado até uma hora?, reclama.

Leopoldo afirma que a comunidade começou a sentir dificuldades depois que a transportadora construiu um ramal paralelo à linha já existente. Próximo à rua há um viaduto onde as duas linhas se encontram e um trem precisa ficar parado para que o outro atravesse.

Mas parece que agora os moradores estão vendo uma luz no fim do túnel. Eles saíram satisfeitos com o resultado da reunião realizada ontem, que contou com a participação da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas da Câmara, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Diretran e ALL. A presidente da comissão, vereadora Roseli Isidoro (PT), disse que a ALL chegou a propor a construção de uma via paralela e outra passagem de nível, para que os moradores contornassem a locomotiva.

Mas a alternativa não foi aceita. Leopoldo diz que isso aumentaria o trajeto em pelo menos 600 metros e a rua não é utilizada apenas por carros: há pedestres. ?Seria perigoso e se o trem se movimenta. Há crianças que vão à escola?, explica.

Outra alternativa apresentada no encontro, e que agradou os moradores, foi a construção de uma passagem subterrânea.

Até sexta-feira, a ALL e engenheiros da Regional do Bairro Novo vão se reunir para discutir a viabilidade da proposta e até o dia 30 uma solução deve ser apresenta em uma nova audiência na Câmara.

Segundo a vereadora, os custos da passagem devem ficar a cargo da ALL, pois a rua já existia antes da linha férrea ter sido implantada. Além disso, um documento do Ippuc mostra que a ALL não tinha alvará para a construção do segundo ramal. No entanto, a ALL diz que o contrato de concessão feito junto ao governo federal já prevê a ampliação. Mas a vereadora rebate afirmando que o documento era necessário porque Curitiba tem uma legislação sobre o uso do solo. A ALL também declara que os trens ficam parados entre 15 e 30 minutos, só passando deste tempo se ocorre algum problema com as locomotivas, o que não seria habitual. 

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