Aldeia indígena urbana fica pronta em dezembro

A Prefeitura de Curitiba, com recursos do Fundo Municipal de Habitação e num convênio com a Fundação Nacional do Índio (Funai), abrirá em dezembro a primeira aldeia indígena urbana do sul e a terceira do País.

Dos dias 15 a 19 do próximo mês, 35 famílias de índios das etnias caigangue, guarani e xetá ocuparão as casas no local, que possui 44 mil metros quadrados e está localizado no Campo de Santana, na capital.

O indigenista e engenheiro agrônomo Edívio Battistelli conta que os índios dormiam na rodoferroviária quando chegavam a Curitiba. Eles se instalaram principalmente nos bairros Pilarzinho, em Curitiba, e Cachoeira, em Almirante Tamandaré.

Também invadiram uma área do Parque Iguaçu, perto do portal de São José dos Pinhais. Depois de seis anos de negociações para retirá-los do local, a presidência da Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab) doou aos índios originários do interior do Paraná e Santa Catarina a área do aldeamento urbano.

Em casa

O cacique Carlos Kajé (lê-se Kanhé) vai todo dia ao local onde ficará a aldeia urbana para ver as obras. Ele diz que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) manterá um posto de saúde para a comunidade e que o local terá uma escola com um professor de línguas indígenas. O cacique afirma que a principal fonte de renda será o artesanato e que a ajuda da Funai só dá mesmo para a passagem de ônibus. “A Funai não tem verba.”

A vice-cacique Jovina Renha-ga de Oliveira diz estar muito feliz e acha bonita a casa onde vai morar. “É um privilégio.” Jovina veio para Curitiba nos anos 90s, da aldeia de Marrecas, em Guarapuava. Ela trabalhará dentro da aldeia com artesanatos e ervas medicinais.