Agricultura amplia o uso do lodo de esgoto

O uso do lodo de esgoto – resíduo gerado pelas estações de tratamento sanitário – vem se tornando uma alternativa cada vez mais viável à agricultura. Após tratado e higienizado, o produto pode ser aproveitado como condicionador de solo. Considerado rico em nutrientes minerais (como nitrogênio e fósforo) e matérias orgânicas, é capaz de reduzir a utilização de fertilizantes químicos.

Em todo mundo, a tendência é de que a produção do lodo cresça à medida que aumenta a quantidade de esgoto tratado e melhoram as condições de saneamento básico. O resíduo pode ter três destinos: ser incinerado, depositado em aterros sanitários ou reciclado para uso na lavoura. De todas essas alternativas, esta última é considerada a mais barata e a que gera menor poluição ambiental. ?A incineração, além de cara, resulta na liberação de CO2 na atmosfera. Já o depósito em aterros sanitários faz com que haja produção de metano. Estes dois produtos contribuem com o aumento do efeito estufa?, comenta o professor da área de saneamento da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e membro da comissão de meio ambiente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Fernando Fernandes, que ontem participou de um seminário sobre o assunto na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo Fernando, a reciclagem agrícola do lodo de esgoto deve ser realizada de maneira segura e controlada, devendo haver definição das áreas e das culturas em que o produto pode ser aplicado. Quando isso não é feito, a técnica que permite o uso do resíduo em lavouras também pode gerar riscos ambientais. ?Quando a reciclagem é bem feita, são devolvidos ao solo nutrientes e matérias orgânicas que foram gerados do próprio solo, possibilitando o fechamento de um ciclo ecológico. Porém, quando falta uma boa assessoria agronômica na reciclagem final, há riscos de poluição do solo e do lençol freático?, afirma.

Sanepar

Em Curitiba e região metropolitana, a reciclagem do lodo de esgoto é feita pela Sanepar desde setembro de 2000. Desde então, o Crea-PR estima que tenham sido recicladas, no mínimo, 60 mil toneladas do produto. Em todo País, a média de produção diária de lodo em matéria seca é de 25 gramas por habitante. 

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