Agentes de trânsito cruzam os braços em protesto na capital

Os quase 1,6 mil trabalhadores da Urbs – empresa que gerencia o transporte coletivo de Curitiba – prometem cruzar os braços hoje, em protesto contra a falta de reajuste salarial. Durante o dia todo, os agentes de trânsito e do EstaR que trabalham na Diretran (Diretoria de Trânsito de Curitiba) vão se dedicar exclusivamente à educação no trânsito e não devem aplicar multas. Estão previstas também operações-tartaruga e operações-padrão. A categoria reivindica reajuste salarial de 15% para todos os funcionários, além de correção do vale-alimentação, de R$ 201,00 para R$ 250,00.

“O salário do agente de trânsito de Curitiba é um dos mais baixos do País”, denuncia o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Trânsito, Transporte e Urbanização de Curitiba (SindiUrbano), Valdir Mestriner. O salário de um agente de trânsito em Curitiba é de R$ 680,00, segundo ele.

Os funcionários da Urbs estão em negociação com a empresa desde o mês passado, data-base da categoria. A proposta da Urbs, de acordo com Mestriner, não contempla as reivindicações dos trabalhadores. “Pela proposta da empresa, cerca de 700 pessoas perderiam o direito ao vale-alimentação. Ou seja, o reajuste que é de 15% cairia para quase 5%”, aponta. O salário da maioria da categoria (1,1 mil) é de até três salários mínimos. A proposta também previa o pagamento parcelado da reposição salarial e não havia qualquer referência ao aumento do vale-alimentação.

Multa zero

O objetivo do dia hoje, segundo Mestriner, é promover a multa zero em toda a cidade. Em vez de multar quando encontrar irregularidades, os agentes de trânsito estarão demonstrando a importância da atividade na prevenção de acidentes e na conscientização de motoristas e pedestres. Os fiscais do transporte coletivo irão executar operações-padrão, com o objetivo de denunciar as más condições em que operam os ônibus da cidade. Já os funcionários das áreas de manutenção, de conservação dos equipamentos urbanos e da rodoferroviária vão realizar operações-tartaruga – redução do ritmo de trabalho. A orientação para os funcionários que não usam uniforme é de trabalharem vestidos de preto. É a primeira vez que os funcionários da Urbs se organizam em protesto, segundo Mestriner.

Urbs mantém negociação

A presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Yára Eisenbach, pediu ao Sindicato dos Trabalhadores em Trânsito, Transporte e Urbanização de Curitiba a manutenção dos serviços essenciais durante a mobilização marcada pela categoria para hoje, para que não haja qualquer prejuízo à população. Segundo Yára, a empresa está aberta ao diálogo com os funcionários e reconhece o direito de reivindicação.

“As negociações entre a Urbs e o Sindiurbano estão em andamento, ainda não foram concluídas, estamos abertos ao diálogo. E já existem propostas concretas por parte da empresa de reajuste salarial e outros benefícios”, explicou.

A Urbs ofereceu ao sindicato reajuste de 13,45%, correspondente ao INPC acumulado entre novembro de 2002 e abril de 2003 para os funcionários que ganham até R$ 1.000,00, em três parcelas a partir de agosto. “O reajuste atinge quase 90% dos empregados da Urbs. Para os demais, as negociações ainda não foram concluídas”, afirmou Yára.

Outros benefícios já oferecidos pela Urbs são o vale-alimentação no valor de R$ 201,00 mensais; cesta básica para funcionários que ganham até três salários mínimos; aumento salarial anual de 1% a título de anuênio; complementação de 100% do salário-família; gratificação de férias de 50%, que incidem sobre o salário, média de horas-extras, adicional noturno e gratificações; adiantamento de 50% do décimo-terceiro salário no mês de julho.

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