Motoristas e cobradores de Curitiba e região que atuam no transporte coletivo não vão mais entrar em greve. Ontem pela manhã, em negociação realizada com as empresas na Delegacia Regional do Trabalho do Paraná (DRT-PR), foi fechado um acordo: reajuste salarial de 4,5%, referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010 (4,36%), mais 0,14% de aumento real.
O aumento só vale de imediato aos funcionários da Rede Integrada de Transporte (RIT), operada pela Urbanização de Curitiba (URBS). Aqueles que atuam na rede não integrada (transporte metropolitano) vão receber o mesmo aumento, mas somente a partir de maio, em três vezes sucessivas.
As negociações começaram em dezembro do ano passado e a data-base da categoria é em fevereiro. Além do aumento (que ficou bem abaixo do que motoristas e cobradores reivindicavam, pois eles pediam o INPC mais 5%, o que elevaria o salário em 9%), também ficou acordado o aumento de R$ 4 na cesta básica (era R$ 95 e passou a R$ 99), e de R$ 1 na assistência médica ambulatorial (passou de R$ 39 para R$ 40).
Ficou mantido o seguro de vida no valor de R$ 4,18. “Não é o acordo dos sonhos, esperávamos mais. Mas isso foi o que as empresas puderam fazer nesse momento. Conseguimos negociar antes da licitação, sendo que as empresas só queriam fazer isso depois, o que não admitimos”, comentou o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), o vereador Denílson Pires (DEM).
Com o aumento, o salário inicial do motorista, que é de R$ 1.180, passará a R$ 1.233,93. Já o salário do cobrador passará de R$ 669,20 para R$ 699,31. Além do reajuste, ficou acordado na reunião da DRT-PR que as empresas que ganharem a licitação não vão dispensar os funcionários atuais.
No Edital de Licitação do Transporte Coletivo ficará disposto da seguinte maneira: “O item 17.9 do edital é regido pelo disposto no artigo 38 da Lei Municipal n. 12.597/2008 que diz o seguinte: o Edital de Licitação estabelecerá que as novas empresas contratadas deverão manter no seu quadro funcional os trabalhadores já vinculados ao sistema de transporte coletivo, preservando os direitos adquiridos que integram o patrimônio jurídico trabalhista dos mesmos”. Em toda grande Curitiba, são 5,5 mil motoristas e 6 mil cobradores, vinculados a 27 empresas de ônibus.