Preocupado com os prejuízos que o turismo no litoral paranaense terá com todos os seus acessos pedagiados, através da intenção do Governo Federal em privatizar as BRs 116, 376 e 101, o presidente da Paraná Turismo, Jorge Demiate, encaminhou uma nova proposta à Agência Nacional de Transporte Terrestre e ao Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes. Ele sugeriu a concessão das rodovias para o Governo do Paraná, adoção do pedágio de manutenção, implantação de Centros de Recepção a Turistas e a instalação, ao longo do trecho, de placas com sinalização turística.
?Não é justo penalizar os paranaenses de Guaraqueçaba, Morretes, Antonina, Paranaguá, Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba com uma decisão que interfere diretamente no direito de ir e vir?, diz Demiate. ?As rodovias são bens públicos que devem ser utilizadas em benefício das atividades econômicas, do desenvolvimento e da integração cultural, e neste contexto o turismo, que depende de boas estradas, tem papel fundamental por gerar emprego e renda, a curto prazo, e com menor investimento em comparação com outras atividades?, destaca o presidente da Paraná Turismo.
Segundo ele, o setor gera um emprego a cada cinco mil reais investidos, enquanto a indústria exige 50 mil dólares para idêntica geração de emprego. Para Demiate, a Rodovia do Mercosul (ligação São Paulo com Porto Alegre pelas BRs 116, 376 e 101) deve ser um agente desenvolvimentista. ?Nossa intenção, e acreditamos ser de todos, é manter uma infra-estrutura viária adequada e com baixas tarifas, para que o governo cumpra seu papel de indutor do desenvolvimento?, acrescenta.
Grandes destinos
Na justificativa encaminhada à ANTT e ao DNIT, o presidente da Paraná Turismo lembra que o acesso Leste ao litoral, pela BR-277, já tem pedágio de R$ 10,60 só de ida e com mesmo valor na volta. O acesso Sul por Garuva terá o pedagiamento na BR-376, e mais a tarifa no ferry-boat de Guaratuba. E o acesso Norte, pela Estrada de Garuva terá o pedágio na BR-116.
O documento encaminhado por Jorge Demiate destaca que as três BRs são de fundamental importância para o desenvolvimento do turismo em todo o Sul brasileiro, permitindo o acesso aos grandes destinos como Foz do Iguaçu, Litoral e Serra Gaúcha. ?Com a passagem das rodovias para o Estado, que tem mais sensibilidade para os problemas locais – adoção do pedágio de manutenção e devida localização das praças de cobranças – toda a sociedade sai ganhando?, aponta Demiate.
Centro para turistas
Para atender o turismo regional, Demiate diz ser fundamental a implantação de cinco Centros de Recepção a Turistas. No Paraná: BR-116 entre São Paulo e Curitiba, no sentido norte-sul a um quilômetro da divisa paulista; no entroncamento com a PR 410 (acesso a Estrada da Graciosa) nos sentidos norte e sul; entre Curitiba e fronteira com Santa Catarina, no sentido sul-norte, a um quilômetro da divisa catarinense; e na BR-376 entre Curitiba e fronteira com Santa Catarina, no sentido norte-sul, a um quilômetro da divisa catarinense. Em Santa Catarina: na BR 101 entre a divisa Paraná/Santa Catarina e Joinville nos sentidos norte e sul, localizado no entroncamento com a SC/PR 412 (acesso a Guaratuba). ?Os Centros e mais a sinalização turística ? com destaque para os acessos às rodovias federais, estaduais e municipais que levam aos destinos turísticos ? potencializarão a atividade em todo o sul brasileiro?, finaliza.