Paraná troca experiências sobre alfabetização com a Venezuela

Coordenadores dos 32 Núcleos Regionais de Educação do Paraná e do Departamento de Educação de Jovens e Adultos se reuniram nesta quarta-feira (22) para debater o planejamento da ação alfabetizadora no Estado e estabelecer uma parceria com a Venezuela em relação ao método adotado naquele país e que o tornou território livre do analfabetismo, conforme reconhecimento da Unesco, órgão das Nações Unidas, em 2005.

O encontro foi presidido pelo secretário da Educação, Mauricio Requião, e pelo professor Omar Calsadilla, diretor de Educação de Jovens e Adultos da República Venezuelana e presidente da Fundação Missão Samuel Robinson de Educação, e contou com a participação do chefe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos, profesora Maria Aparecida Zenete, e do coordenador do Paraná Alfabetizado, Wagner Roberto do Amaral.

O programa Paraná Alfabetizado é uma parceria entre os governos Federal, Estadual e Municipais, sendo que o Estado é que gerencia os recursos e toda a metodologia pedagógica. Nas duas primeiras etapas (2004 e 2005), mais de 70 mil pessoas foram beneficiadas, aprendendo a ler e a escrever.

Para o ano de 2006, as inscrições estão abertas desde o último dia 20 e seguem até 17 de abril. A expectativa, conforme Wagner Roberto do Amaral, é de que mais 60 mil pessoas se matriculem. ?Esse programa é dirigido àqueles que, por diversos fatores, não tiveram oportunidade de acesso à escola?, explica.

O diretor do programa de alfabetização da Venezuela destacou que seu país, atualmente, está transformando em resultado os esforços e a luta pela erradicação do analfabetismo. ?Lá, também temos questões bastante conflitivas na educação. Muita gente salta da modalidade de alfabetização direto para a educação fundamental e isso nos fez repensar todo o sistema, considerando o ser humano como um contínuo aprendiz?, disse.

Calsadilla disse que o princípio do sucesso obtido pelo programa venezuelano de alfabetização se deve ao chamado Sistema Bolivariano de Educação, desenvolvido e utilizado desde 1999, já na gestão do presidente Hugo Chávez. O método valoriza as experiências dos alunos e leva em consideração o seu período de vida, meios de lazer e convívio social. ?Se não considerarmos as experiências dos adultos, mesmo aqueles excluídos, tiramos a auto-estima, pois sua história vital é o mais importante referencial a ser trabalhado. Há que se interpretar a multiplicidade de conhecimentos adquiridos?, disse.

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