Paraná lidera devolução de embalagens de agrotóxicos

A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, através do Programa Desperdício Zero, está garantindo para o Paraná os índices de devolução de embalagens de agrotóxicos mais elevados do Brasil. Apenas no primeiro quadrimestre deste ano, foram devolvidas 1,36 mil toneladas de embalagens – o que significa 22,4% do total devolvido em todo País.

?O Paraná está recolhendo mais embalagens do que qualquer um dos outros 31 países que fazem o recolhimento atualmente?, informa o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida.

A estimativa é de que o Paraná comercializa 14 milhões de embalagens por ano, destas 90% estão sendo devolvidas pelos agricultores. No Brasil, o índice de devolução é de 65% das embalagens comercializadas.

Em 2002 o Paraná recolheu 209 toneladas de embalagens vazias, ocupando a nona colocação no ranking nacional. Já no ano de 2003, ampliou o recolhimento para 2,12 mil toneladas e, em 2004, para 3,48 mil toneladas. Com isso, o estado se manteve na primeira colocação em dois anos consecutivos.

De acordo com o secretário Cheida, esses resultados representam o trabalho integrado de toda a cadeia, que envolve os produtores, revendedores e fabricantes. ?O foco principal é a conscientização dos produtores e o programa Desperdício Zero contribui com esse trabalho?, disse Cheida.

Segundo ele, a Secretaria vem trabalhando em duas vertentes: uma delas é orientar o produtor a reduzir o consumo de agrotóxico, e a segunda é que, após o uso, seja feita a tríplice lavagem e a entrega das embalagens nas centrais de recolhimento.

Exemplo

Um exemplo de trabalho integrado que vem dando certo está sendo realizado pela Associação Norte Paranaense de Revendedores de Agroquímicos (Anpara). Em três anos de existência, a Associação já recolheu 3 milhões de embalagens de agrotóxicos vazias que são destinadas a central de recolhimento da Anpara, localizada no município de Cambé.

De acordo com o presidente da Associação, engenheiro agrônomo Reinaldo Martins Righetti, a Anpara está atingindo estes números devido à divulgação para os associados sobre a importância do recolhimento e também às operações realizadas em parceria com as prefeituras.

?Em contato com as prefeituras, marcamos uma data e enviamos caminhões para realizar a coleta das embalagens de agrotóxicos. A prefeitura divulga a operação aos pequenos agricultores que, sem ter que se deslocar a uma Central de recolhimento, fazem a entrega da embalagem. Já os médios e grandes produtores entregam diretamente nas unidades licenciadas?, explicou Righetti.

Centrais de Recolhimento

O técnico da Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) e coordenador do Programa de Recolhimento de Embalagens no Paraná, Rui Muller, informa que o Paraná possui 15 das 111 centrais de recebimento de embalagens do País.
?Todas as centrais foram licenciadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), para que funcionem de acordo com as condições ambientais e de segurança?, afirma Muller. Ele ainda diz que cerca de 4,5 mil pessoas – entre técnicos e agricultores – já foram treinadas para a devolução de embalagens de agrotóxicos no Estado.

Depois de serem recolhidas, as embalagens são destinadas à reciclagem ou à incineração, caso haja contaminação. Atualmente, existem 15 artefatos produzidos através do material destas embalagens, como conduíte, cordas, embalagem para óleo lubrificante, madeira plástica, barricas de papelão e economizadores de concreto.

O programa Desperdício Zero, coordenado pela Secretaria tem como meta a redução em 30% o volume de lixo gerado e eliminar os lixões do Estado. ?O recolhimento das embalagens vazias de agrotóxicos é uma das principais campanhas do programa?, afirma o coordenador de resíduos sólidos da Secretaria Laerty Dudas.

Segundo ele, o trabalho que está sendo desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), Secretaria de Agricultura, através da Emater, Universidade Federal do Paraná, cooperativas e agricultores visa estimular uma consciência ambiental para impedir que as embalagens sejam reutilizadas no armazenamento de outros produtos ou que sejam expostas na natureza, poluindo o meio ambiente.

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