Paraná faz 1 a 0 no Fluminense e se reabilita no Brasileirão

A fase era ruim, o gramado também e a atuação do time não ajudou muito. Mas nada disso importa: o Paraná Clube está reabilitado no Brasileirão. Depois de cinco derrotas seguidas (quatro pelo Nacional e uma pela Sul-Americana), o Tricolor voltou a ganhar e a aspirar ousadas metas na competição. A suada vitória por 1 x 0 sobre o Fluminense, ontem, no Pinheirão, levou os paranistas à sexta colocação, bem perto da zona de classificação à Copa Libertadores, e espantou a crise que rondava o clube.

A última vez do Pinheirão como sede principal de um time da Série A teve a cara do estádio: ruim.

O gramado, mais uma vez deteriorou a pretensão de um jogo bonito, embora a fase dos dois times não desse essa perspectiva (o Fluminense também vinha numa seqüência de seis partidas sem vitória).

Mas o primeiro tempo começou quente: logo aos cinco, Neguete fez lambança e o jovem Marcelo, que deixou a ala para atuar como meia-armador, quase abriu o placar. Um minuto depois, Cristiano disparou um petardo de longe, que o ex-atleticano Diego não segurou: 1 x 0.

Era tudo que os paranistas queriam. E com a lição da última quarta-feira, quando o time também marcou logo no comecinho, mas permitiu que o Atlético tomasse conta do jogo. Mesmo com uma coleção de desfalques (Angelo, Gustavo, Émerson, Pierre e Edinho), o Tricolor da Vila fechou-se bem em seu campo e permitiu poucas oportunidades ao adversário.

No intervalo, Caio Júnior fortaleceu ainda mais a marcação, trocando o meia Maicosuel, novamente abaixo da média, pelo volante Felipe Alves. Já o Flu, sem alternativas, aventurou-se ao ataque tentando compensar a grave deficiência na armação de jogadas.

O resultado é que os paranistas roubaram mais bolas e engatilharam bons contragolpes. Se Henrique, que substituiu o esgotado Cristiano, calibrasse o pé, o Tricolor da Vila teria vencido com mais facilidade. Quase que os gols perdidos fizeram falta, pois o Flu por pouco não empatou em dois lances – uma bela defesa de Flávio em tiro de Evando e uma cabeçada para fora de Juliano, frente a frente com o goleiro paranista.

Mas o adversário foi menos competente e os paranistas comemoraram o fim de duas eras: a das derrotas e a de hóspede do estádio da FPF.

Novatos dão conta do recado

A maré ruim teve críticas da imprensa, desconfiança da torcida, entrega de cargo do técnico e agressão de organizados. E justo quando lançou um time desfigurado, o Paraná Clube voltou a sorrir. Como prêmio, os novatos que ajudaram a derrotar o Fluminense podem ganhar uma vaga no time.

Sem cinco titulares, Caio Júnior lançou ontem os zagueiros Neguete e João Paulo, os alas Peter e Eltinho e o volante Batista, que vinha na reserva. Não será surpresa se alguns deles ficarem no time. ?Os zagueiros foram muito bem e os alas entraram com personalidade. Vão incomodar os titulares e criar uma luta sadia pela posição. Será aquela boa dor de cabeça?, disse o treinador, que aproveitou para soltar contido desabafo. ?Começaram a criar defeitos no técnico e nos jogadores. Mas nunca me impressionei com isso. Tratamos de passar tranqüilidade ao time, tanto é que os jovens lançados deram boa resposta?, falou.

Os jogadores mantiveram tom semelhante. ?Fomos muito criticados, como se tudo estivesse errado. Mas o grupo está fechado e mostrou sua força no momento difícil?, falou o capitão Beto.

Os paranistas também comemoraram o fim da era Pinheirão – o próximo jogo em casa é contra o Fortaleza, dia 20 de setembro, na reinauguração da Vila Capanema. O estádio da FPF só voltará a ser usado pelo clube em jogos de maior porte. Na aguardada volta à velha casa, os jogadores esperam mais calor do público e condições para mostrar bom futebol. ?O campo do Pinheirão está horrível, muito duro. Sonhamos com o dia de jogar na Vila, que tem gramado muito bom e onde a torcida comparece mais?, falou o atacante Cristiano, autor do gol da vitória.

Na quarta-feira, o Tricolor faz o jogo de volta contra o Atlético, no Joaquim Américo, pela Copa Sul-Americana.

A necessidade de reverter o placar de 3 x 1 deve trazer uma formação diferente. ?Temos que criar um fato novo. Não temos nada a perder. Vamos arriscar e seja o que Deus quiser?, falou Caio Júnior. Pelo Brasileirão, o Tricolor volta a campo no sábado, diante do Corinthians, no Pacaembu.

Campeonato Brasileiro
Súmula
Gol: Cristiano (6-1º)
Local: Pinheirão
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF)
Assistentes: Enio Ferreira de Carvalho (DF) e Renato Miguel Vieira (DF)
Cartões amarelos: Edmílson, Eltinho e Henrique (P), Rissut, Anderson, Juliano (F)
Cartão vermelho: Roger (47-2º)
Público: 20.279 pagantes  (total: 20.799)
Renda: R$ 66.040

Paraná 1×0 Fluminense

PARANÁ
Flávio; João Paulo, Neguete e Edmílson; Peter, Beto, Batista, Maicosuel (Felipe Alves) e Eltinho (Digão); Cristiano (Henrique) e Leonardo. Técnico: Caio Júnior

FLUMINENSE
Diego; Rissut, Anderson, Thiago Silva e Roger; Marcão, Arouca (Juliano), Romeu (Cláudio Pitbull) e Marcelo; Osmar e Lenny (Evando). Técnico: Antônio Lopes.

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