Paraguai lucra com febre aftosa no Brasil e na Argentina

O surto de febre aftosa no Brasil, detectado nos Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná a partir de outubro de 2005, e no norte da Argentina, em fevereiro deste ano, está contribuindo para que o Paraguai aumente suas exportações de carne.

O presidente da Associação Rural do Paraguai, Alberto Soljancic, estima um faturamento de R$ 125 milhões a mais com as exportações este ano. O Paraguai exportou no ano passado

R$ 325 milhões e deverá atingir este ano R$ 450 milhões – um recorde histórico -, segundo Soljancic. Somente de carne bovina o país vizinho exportou 130 mil toneladas em 2005. A previsão para este ano é de 200 mil toneladas.

Um dos mercados que se abriram para os paraguaios é o chileno, que interrompeu a importação da carne produzida nos Estados brasileiros atingidos pela aftosa. "Nossos frigoríficos estão utilizando toda a sua capacidade de produção", afirma Soljancic.

O Paraguai receberá, no próximo mês, uma missão da União Européia que irá decidir se o país está apto a exportar para aquela região. E o governo paraguaio iniciou os procedimentos administrativos para obter autorização similar dos Estados Unidos.

O novo foco de aftosa no Brasil, detectado em Japorã (MS), obrigou o governo paraguaio, que se preparava para levantar as barreiras sanitárias instaladas na fronteira com o Brasil, a reforçá-las. O trânsito de animais e a comercialização da carne e seus subprodutos estão proibidos no Estado de Canindeyú. O foco da aftosa está a cinco quilômetros da fronteira paraguaia e a área interditada, que é de 15 quilômetros, avança 10 quilômetros sobre o território paraguaio.

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