Brasília – O ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, afirmou nesta segunda-feira (11) que seu país quer ter acesso ao mercado dos Estados Unidos. Ele veio ao Brasil a convite do chanceler brasileiro, Celso Amorim, para discutir a integração regional. Os dois países são membros do Mercosul, assim como Argentina, Uruguai e Venezuela.
Conforme Amorim enfatizou recentemente, as regras do Mercosul não permitem que um membro tenha acordo bilateral com um país de fora. Mas Lezcano enfatizou que o Paraguai busca apenas melhores oportunidades de vender sua produção. ?Os Estados Unidos são o mercado mais importante do mundo. Estamos dialogando para que o Paraguai tenha acesso efetivo a esse mercado?.
O ministro brasileiro disse que o Paraguai tem autonomia para firmar acordo com quem quiser, mas de maneira que não prejudique o Mercosul. ?O Brasil não pode proibir ninguém porque são países soberanos. É preciso tomar medidas que não lesionem o coração do Mercosul, que é a tarifa externa comum. Isso é um processo e vamos descobrindo o que é melhor para cada país?.
Outro ponto discutido durante a reunião foi o comércio na fronteira. De acordo com Amorim, Brasil e Paraguai trabalham para criar um regime aduaneiro na região de Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, de modo que o comércio ilegal seja substituído pelo legítimo.
Foram firmados dois acordos: de desenvolvimento sustentável e gestão integrada dos recursos da Bacia Hidrográfica do Rio Apa, no Mato Grosso, e outro para que o Paraguai use o depósito Franco, no Porto do Rio Grande (RS), para carregamentos transportados por via rodoviária.
Amorim disse que os dois países têm uma profunda integração, não só econômica, mas populacional. ?Há 400 mil brasileiros vivendo no Paraguai e 100 mil paraguaios no Brasil. Esse é um intercâmbio verdadeiro?, afirmou.