Para sub-relator, pagamentos de Valério ao PT não vieram de empréstimos

Brasília ? Não existe relação direta entre os empréstimos tomados no Bando Rural e BMG pelo empresário Marcos Valério de Souza e os repasses de dinheiro às pessoas indicadas pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. A informação é do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) ? sub-relator de movimentações financeiras da CPMI dos Correios. Fruet afirmou que o relatório parcial que deve ser apresentado por ele na próxima quinta-feira (10) mostrará que os repasses começaram a ser feitos antes dos empréstimos tomados pelo empresário nos bancos.

"Ele começou a repassar o dinheiro no dia 07 de janeiro de 2003 para a conta que alimentava o sistema. E o primeiro empréstimo foi realizado no dia 25 de fevereiro de 2003. Entre o primeiro repasse e o primeiro empréstimo, Marcos Valério transferiu R$ 1,7 milhão", disse Fruet hoje (4) em entrevista à Agência Brasil. De acordo com Fruet, o relatório mostrará também que o número de sacadores é maior do que o apresentado por Marcos Valério à CPMI. "Isso não significa que esses novos nomes tenham relação com políticos. Estamos levantando os nomes, encaminhando para a Polícia Federal para que essas pessoas sejam identificadas", destacou.

Segundo Fruet, Marcos Valério realizou todas as transações financeiras de forma a não deixar "rastros". "Seria muito bom se ele tivesse pego os R$ 10 milhões que recebeu do banco e repassasse para as pessoas indicadas. Mas ele não fez isso. Ele vai de forma pingada quase diariamente, depositando dinheiro numa conta, que depois, lá na frente, vai abastecer as pessoas indicadas pelo Delúbio", disse.

O sub-relator afirmou ainda que mostrará no seu relatório que não houve empréstimo de Marcos Valério ao PT. Fruet destacou que não foi feito nenhum contrato de empréstimo ou nota promissória para comprovar a transação. Além disso, de acordo com Fruet, não constavam inicialmente registros de empréstimo na documentação contábil da SMP&B em 2004 e 2005.

"Ele só veio apresentar a retificação em setembro desse ano, depois que as investigações já tinham começado. Além disso, segundo a Receita Federal e a Polícia Federal, há fraudes na documentação porque os livros estão com folhas não numeradas, avulsas e também com folhas rasuradas", afirmou.

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