Para MST, Lula empurra reforma agrária com a barriga

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco, Jaime Amorim, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante marcha realizada hoje pelo movimento, em Recife. Segundo Amorim, para fazer a reforma agrária, o presidente da República tem que enfrentar o latifúndio como inimigo do povo e do País. "Lula não fez mudança, continua empurrando a questão com a barriga e chama os usineiros de heróis", disse. "Acorda Lula, os heróis são o povo excluído; usineiro só se interessa em concentrar cada vez mais riqueza".

A presença maciça de policiais militares na área onde se situa o consulado dos Estados Unidos, no bairro da Boa Vista – já depredado pelo MST em uma manifestação de rua -, também foi criticado por Jaime Amorim durante a marcha. "Uma vergonha, isso mostra que o País está pronto para defender os Estados Unidos", avaliou. "O Estado brasileiro não pode se tratar ou ser tratado como colônia".

A marcha foi engrossada por 1,2 mil pessoas de acordo com a Polícia Militar. Para o MST, eram 2,5 mil. Eles fizeram parte do percurso, de cerca de 15 quilômetros, debaixo de chuva e de forma pacífica. Não portaram foices e enxadas e ao chegarem no Palácio do Governo, soltaram fogos.

Uma comissão foi recebida pelo vice-governador João Lyra (PDT), a quem foi entregue uma extensa pauta de reivindicações que vai do reconhecimento dos acampamentos como "espaço social", ao fim dos despejos e decretação de áreas de interesse social das propriedades de empresas e latifúndios devedores do Estado. O governador Eduardo Campos (PSB) estava viajando e deve receber o MST em audiência no dia nove de maio.

Voltar ao topo