O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o mandatário boliviano está em uma "radicalização verbal" – que levaria à deterioração das relações entre os dois países – não se referem a ele. Para Morales, a declaração forma parte da política interna do Brasil. "Temos excelentes relações e a mensagem do presidente Lula eu acredito que foi dirigida a uma questão interna do Brasil," disse Morales sobre as declarações feitas pelo presidente brasileiro na quarta.
"Os senhores sabem que sempre se trata de como manipular uma informação," disse Morales, ao insistir que as relações entre ambos os países são ótimas, embora Brasília tenha manifestado um forte mal-estar com o governo boliviano, por recentes medidas que afetam a estatal petrolífera brasileira Petrobras na Bolívia.
Morales insistiu que não existe tensão de Brasília em relação à Petrobras. A questão motivou um ultimato da empresa de 48 horas à Bolívia na terça-feira, para que fosse tomada uma decisão sobre a última proposta de venda de duas refinarias. A Petrobras advertiu que se não houver oferta compatível com o valor das duas refinarias, a empresa acionará os tribunais internacionais. O próprio Lula avisou que poderá intervir no assunto. "Seu discurso não pode truncar a relação histórica entre o Brasil e a Bolívia," disse Lula.