Para Mantega, taxa real de juros ainda é insatisfatória

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (25) que a taxa real de juros ainda está insatisfatória, apesar da redução de 25% da taxa nominal desde janeiro de 2003. Na semana passada, a taxa Selic foi reduzida para 13,75% ao ano. Na avaliação do ministro, a inflação recua em velocidade maior do que os cortes da Selic e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não tem acompanhado na mesma velocidade a queda da inflação.

De qualquer forma, a redução de 2003 a 2006 indica trajetória descendente da taxa básica, o que faz parte da correção dos desequilíbrios econômicos que vêm afetando o Brasil, nas últimas décadas e que levarão, segundo Mantega, a economia a um crescimento mais vigoroso no ano que vem. Mantega ressaltou que a redução da Selic não é a única que vem sendo feita. Ele citou a queda da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 11% para 6,85% ao ano.

Crescimento

O ministro da Fazenda disse que neste ano o Brasil encerrará a fase de crescimento moderado, "seja lá qual for a alta do PIB". De acordo com o ministro, termina neste ano uma fase de transição para o crescimento mais vigoroso que terá início em 2007, com alta do PIB acima de 4%.

Mantega disse que, dos anos 90 até hoje, a economia brasileira passou por três fases de crescimento. A primeira, nos anos 90, foi a fase de crescimento incipiente, de zero a 2,5%, marcada por várias crises econômicas internas e externas e um movimento de "stop and go" (anda e pára). A partir de 2001, até 2006, o Brasil passou por um período de crescimento moderado (2,5% a 4%) marcado por ajustes nas contas fiscais, nos juros, redução da inflação, melhora do mercado interno, aumento dos superávits comerciais.

A partir do ano que vem, a expectativa do ministro é de que essas correções de desequilíbrios levem ao que ele qualificou como "crescimento mais vigoroso", colocando fim nos movimentos de "stop and go". Para 2007, Mantega reiterou que espera crescimento da economia acima de 5%. Essa expansão, somada à manutenção do superávit primário em 4,25% e à queda dos juros significa que o Brasil poderá atingir déficit nominal zero em poucos anos, disse ele.

Impostos

A uma platéia formada por empresários durante a Feira de Crédito para Empresas, promovida pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o ministro da Fazenda disse: "confesso em público que houve incremento da carga tributária". O ministro afirmou que houve uma elevação de 0,80% do PIB no tributo PIS/Cofins sobre importados e outra de 0,08% do PIB dessa mesma taxa para a indústria nacional.

Mantega ressaltou, no entanto, que o governo Lula planeja um programa de redução de tributos no País, do qual a primeira medida é a aprovação da Lei Geral de Pequenas e Micro Empresas que tramita no Congresso.

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