O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (24) que a reforma agrária não pode ser medida pela quantidade de pessoas assentadas, mas sim pela qualidade de vida que terão no campo. Segundo Lula, havia evasão da área rural quase no mesmo ritmo em que eram feitos novos assentamentos. "Você não deixa a pessoa no campo sem energia elétrica, educação, saúde, perspectiva de financiamento", declarou.
Para evitar esse êxodo, Lula citou que o governo ampliou investimentos no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), lembrando que o plano 2006/07 prevê R$ 10 bilhões para esse segmento. Também mencionou outras ações, como a criação do Pronaf para jovens e mulheres, durante entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre.
O presidente disse que a reforma agrária não é uma bandeira só do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Conforme ele, é defendida por outras entidades, como a Fetrafsul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul) e Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura).
"Nós fizemos muito, possivelmente não tanto quanto o MST queria, nem tanto quanto eu desejasse, mas fizemos aquilo que era possível", avaliou, quando questionado sobre o andamento da reforma agrária. Lula disse que foram assentadas 532 mil famílias em 32 anos, enquanto seu governo registra 260 mil famílias.