Para Iedi, dado de produção abre espaço para cortar juro

A boa notícia trazida pelos dados da produção industrial de novembro, divulgados hoje pelo IBGE, foi o crescimento de 2,2% da produção de bens de capital, em novembro de 2006 ante outubro e aumento de 7,9% em relação a novembro de 2005, segundo o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgar Pereira.

"A informação é relevante, sobretudo pela ótica da política monetária, por demonstrar que o crescimento da demanda de consumo está induzindo as empresas a investirem na ampliação de sua capacidade produtiva, mesmo que ainda marginalmente", observou Pereira. "O indicador sustenta haver perfeitas condições para a continuidade da redução dos juros pelo Banco Central, uma vez que a produção tem sido adaptada ao aumento da demanda e, portanto, eliminando riscos inflacionários", acrescentou.

O economista-chefe ressaltou que analisava o comportamento da produção de bens de capital com base somente na "nota técnica" do IBGE, pois ainda não possuía as planilhas com dados detalhados por setor. Enfatizou, entretanto, que a nota técnica indica que os investimentos foram "difusos", atendendo setores diferentes, caso dos crescimentos em "uso misto em fins industriais" e em "energia elétrica". Por outro lado, lembrou que construção civil não acompanhou o crescimento.

"Parece claro que as empresas compram equipamentos, nesse momento, expandem unidades já existentes e aguardam a consolidação da nova demanda para viabilizarem investimentos de maior vulto", pontuou.

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