Para IBGE, aumento da mortalidade por causas violentas é preocupante

Rio – Cada vez mais, os acidente de trânsito e a violência urbana vêm interrompendo precocemente a vida do jovem-adulto brasileiro, principalmente nos grandes centros urbanos como Rio e São Paulo, onde o índice de mortes entre os homens superam, em muito, o de mulheres. A constatação é da Tábua de Vida 2004, levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comparando os anos de 1980 e 2004.

De acordo com a pesquisa, nesses 24 anos, a sobremortalidade masculina se destaca, na comparação por sexo e por grupo etário. No grupo considerado jovens e adultos jovens, há maior incidência das mortes por causas externas (acidentes e homicídios). Para os técnicos do IBGE, a sobremortalidade no país aumentou consideravelmente no grupo que vai de 15 a 34 anos de idade. Em 2004, a incidência de morte dos jovens do sexo masculino com idade entre 20 e 24 anos foi quatro vezes maior do que a correspondente ao sexo feminino, enquanto em 1980, esta relação era de apenas dois para um.

Segundo o IBGE, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal são casos "exemplares" de unidades da Federação onde essas causas "evitáveis" interrompem precocemente a vida de jovens do sexo masculino. No estado de São Paulo, em 2004, a probabilidade de um jovem do sexo masculino morrer entre 20 e 24 anos era seis vezes superior à das mulheres na mesma faixa etária.

Para os técnicos do IBGE, a situação é preocupante porque o fenômeno vem se agravando em todo o país ao longo dos anos, sobretudo a partir dos anos 80. Para tentar minimizar o problema, o IBGE defende a formulação de políticas sociais eficazes, com investimentos suficientes
em ações articuladas nas áreas de educação, saúde e segurança pública.

"Enquanto o declínio da mortalidade infantil é um reflexo das políticas de saúde, educação e de infra-estrutura sanitária, a diminuição das mortes de adultos jovens está associada às ações contempladas nos Planos Estratégicos de Segurança Pública", diz o IBGE. O instituto destaca o fato de que, em 24 anos de observação (entre 1980 e 2004), a redução da mortalidade infantil no Brasil superou os 60%, enquanto na faixa etária dos 15 aos 39 anos, em média, ela não alcançou 30%.

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