Para Genro, PMDB não apronta armadilha ao governo

O ministro da Educação, Tarso Genro disse hoje, em São Paulo, não acreditar que o PMDB prepara uma armadilha para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Na verdade, (o PMDB) está negociando, internamente, qual será sua posição e tenho certeza de que o PMDB, enquanto conjunto, não vai faltar ao País neste momento, como já demonstrou em outras oportunidades", destacou, após participar de um evento sobre educação, na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Na avaliação de Genro, "política não é sinuca e nem armadilhas", mas sim a construção de relações, de hegemonia, de diálogo e de persuasão.

Com base nesse raciocínio, é que ele afirma acreditar que o partido "não vai faltar ao País" no momento de crise. A respeito da reforma ministerial, Genro disse que a visão de que a gestão de Lula teve um tom petista até o momento é "preconceituosa contra o PT e contra o próprio governo".

O ministro da Educação destacou que a administração Lula é de coalizão e, portanto, tem de ser ampla. Para Genro, é natural que alguns setores da oposição tentem capitalizar o atual momento de forma eleitoral.

"Não faço juízo de valor. É natural num processo democrático e, nos momentos de instabilidade, que partidos oposicionistas visualizem os debates para o ano eleitoral."

O ministro disse também que o País não vive um tempo de crise institucional. De acordo com Genro, o que ocorre é uma "ansiedade enorme" da sociedade brasileira para o combate à corrupção, algo que ele destacou que o governo Lula faz de forma "pesada".

Genro alegou também que tem "absoluta convicção" de que o País vive um instante de afirmação e renovação da aliança política para dar sustentabilidade ao Poder Executivo.

"Isso (sustentabilidade) não significa, em nenhuma hipótese, apoiar a reeleição do presidente Lula." O ministro afirmou que é preciso esperar a evolução do convite feito pelo presidente ao PMDB para uma participação maior no Executivo.

Na opinião de Genro, os senadores e vários deputados peemedebistas têm muita força política. "O presidente Lula já fez o movimento necessário e adequado. Agora, vamos esperar, sem interferir nas relações internas do PMDB."

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