Para Furlan, discussão com a China só vai ser resolvida após viagem

Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, refutou queixa de empresários brasileiros que pressionaram para que o decreto, tratando da adoção de barreiras contra a importação de produtos chineses, fosse publicado antes da sua viagem a Pequim.

"Boa parte do setor produtivo ignora as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do comércio internacional, inclusive da aplicação das salvaguardas", declarou o ministro, que vai à China no próximo dia 28.

Em entrevista à Radiobrás, Furlan esclareceu que o governo brasileiro está internalizando as regras para que a China seja efetivada como membro da OMC e que o decreto com a regulamentação da Salvaguarda será publicado, conforme o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia anunciado, independente da sua viagem.

Furlan disse que o processo de negociação bilaterial se faz necessário, como um passo inicial para um acordo amistoso para a criação, por parte do governo chinês, de restrições voluntárias a entrada de produtos que concorrem com a produção local. "A viagem não será perdida porque ela tanto serve para a tentativa de um acordo que evitará a aplicação de salvaguarda ou, se não houver acordo, ela será um passo necessário para que o Brasil aplique salvaguardas de proteção ao nosso mercado".

Furlan se reúne nos dias 29 e 30 com Bo Xilai, ministro chinês do Comércio, acompanhado de empresários da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq), Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos (Anip) e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Luiz Fernando Furlan, chegará no dia 28 de setembro para encontros com a sua contraparte chinesa. "O objetivo principal da missão é aprofundar as relações entre os dois países e retomarmos o diálogo com os chineses", ressaltou o secretário Meziat.

Uma missão percursora chefiada pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, chega amanhã à China para reunião de coordenação na embaixada do Brasil naquele país. Entre os dias 23 e 27, brasileiros e chineses começam a negociação no Ministério do Comércio Chinês (MOFCom), com vistas a auto-limitação, por parte dos chineses, de produtos, como calçados e têxteis, cuja venda para o Brasil tiveram crescimentos significativos.

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