Para evitar marola da oposição, mínimo pode vir por MP

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que uma eventual edição de medida provisória com o reajuste do salário mínimo é uma arma do governo contra manobras políticas da oposição no Congresso. "Poderemos encaminhar um projeto de lei ao Congresso no lugar da MP, mas, se os parlamentares fizerem marola e não aprovarem em tempo hábil a proposta, poderemos retirá-lo e editar a MP", avisou, no sábado, após participar de um ato ecumênico em Unaí, a 160 quilômetros de Brasília, para celebrar o assassinato de quatro funcionários do Ministério do Trabalho

Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidirá nesta semana se o aumento do mínimo estará numa MP ou num projeto de lei. A MP ou o projeto também vão prever a correção da tabela do Imposto de Renda. Para Marinho, o Executivo não pode descartar a possibilidade de editar a MP por causa da "insegurança" em razão das disputas políticas que podem atrasar a votação de um projeto de lei. "Não temos uma decisão fechada (sobre a MP), vamos aguardar. O que certo é que o mínimo de R$ 350 vai valer a partir de abril", disse Marinho

Além de ser pressionado a desistir da medida provisória do mínimo, o governo terá de enfrentar nesta semana uma negociação da oposição para aprovar, no Senado, a proposta de emenda constitucional do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) que restringe a possibilidade de edição de MPs. A aprovação da PEC conta com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que já deixou claro que trabalhará pela aprovação da PEC

Na sessão de quarta-feira passada do Senado, a oposição trabalhou pela votação da PEC. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), teve de entrar em cena para evitar que a PEC fosse votada naquele dia. Isto porque o governo corria o risco de ser derrotado pela oposição e ter de digerir novas regras para edição de MPs. Diante do quadro, Mercadante apelou e conseguiu convencer ACM e o aliado Renan Calheiros para adiar a votação da PEC para esta semana. Terça-feira, Renan vai reunir líderes do Senado para discutir a proposta

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