Para economista da FGV, mínimo de R$ 350 pode incentivar demissões

O economista Istvan Kasznar, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas(Ebape), da Fundação Getúlio Vargas, disse hoje à Agência Brasil que o reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 300 para R$ 350 representa mais de 15% de aumento, o que acarreta custos altos para a Previdência, para as micro empresas e organizações em geral. "Muitos empresários não agüentam. A Previdência aumenta seu déficit e a carga fiscal é pressionada para ser elevada".

Ele ponderou, no entanto, que a correção "faz sentido", tendo em vista o alto custo de vida no Brasil. Segundo ele, a decisão anunciada hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após reunião com lideranças sindicais pode ter reflexos negativos no sentido de desestimular a contratação de trabalhadores.

Na avaliação dele, se por um lado "todos devemos acreditar que vale a pena haver uma elevação do mínimo", por outro é preciso pensar nos custos socioeconômicos com os quais o país deverá arcar. "Essa elevação é bastante significativa porque, embora a economia esteja crescendo 2,5% ao ano, esse crescimento é muito pequeno e muitas empresas não terão condições de pagar. Então, elas podem se ver inibidas no ato de contratar pessoas", observou, acrescentando que um reajuste menor poderia incentivar as contratações. "Um salário com esse grau de elevação vai desincentivar novas contratações, podendo até incentivar um pouco de demissões, o que não é bom".

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