Para CPI, advogada é do “alto-escalão” do PCC

O presidente e o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputados Neucimar Fraga (PL-ES) e Paulo Pimenta (PT-RS), respectivamente, comunicaram há pouco à advogada Ariane dos Anjos que a consideram integrante do alto-escalão da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e uma espécie de consultora jurídica da organização.

Antes do encerramento da reunião, também afirmaram que a CPI tem graves indícios contra Ariane e que ela continuará sendo investigada pela comissão.

Ao ser perguntada pelos parlamentares se, como advogada, já havia se questionado sobre a origem dos honorários pagos pelos integrantes do PCC, se seria ou não lícita, Ariane disse que nunca se preocupou com isso. Segundo ela, os pagamentos eram feitos com depósitos bancários em sua conta-corrente. Também destacou que nem no Estatuto do Advogado, nem a Ordem dos Advogados do Brasil obrigam o advogado a preocupar-se com a origem dos honorários.

Agentes de segurança

Ariane disse ter sido casada com o ex-agente de segurança do Instituto Penal Agrícola de Bauru Evandro Castelucci Arantes, que teria respondido por uma infração administrativa da qual a advogada não se lembrava. O deputado Paulo Pimenta informou que Arantes foi demitido a bem do serviço público, acusado de operar uma central telefônica clandestina.

O deputado Neucimar Fraga observou ser esse o terceiro caso que chega à CPI de advogadas que trabalham para dirigentes do PCC e que são casadas com pessoas da área da segurança. Segundo ele, a advogada Maria Cristina Machado, que também trabalhou para integrantes do PCC, é casada com um delegado de Polícia, e a advogada Susana Volpini é esposa de um juiz.

Na opinião do presidente da CPMI, há uma relação promíscua constante entre advogadas que trabalham para integrantes do PCC e pessoas ligadas à área da segurança e à Justiça.

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