Para Ciro, querer envolver Bastos é ‘passar totalmente da conta’

O ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes afirmou há pouco, no Palácio do Planalto, que querer envolver o ministro da Justiça, Márcio Thomaz, no episódio de violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o "Nildo", é "passar totalmente da conta". "Não tem nada disso", afirmou, acrescentando que considera natural o fato de o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, subordinado a Bastos, ter ido à casa do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. "O ministro da Fazenda chama um secretário da área econômica para ir à casa dele, e ele não vai?", argumentou.

O ex-ministro da Integração Nacional afirmou, categoricamente, não acreditar em envolvimento do ministro da Justiça no episódio da violação do sigilo. "Pelo amor de Deus, o Márcio tem uma história!", afirmou. Ciro disse que está preocupado com o que tem acontecido no processo político no País Segundo ele, está em curso uma estratégia de "jabear", e a oposição é que usaria "jab" (golpe da luta de box). Segundo Ciro esse processo, ao ser aplicado pela oposição, tem respostas dos governistas. O ex-ministro da Integração disse entender que isso representa um risco para a democracia porque cria na população uma percepção de que toda a classe política seria feita de "bandidos".

De acordo com Ciro, é um processo "dramaticamente perigoso". "A gente vê políticos esculhambando o STF (Supremo Tribunal Federal), esculhambando o Congresso, vê um processo de decomposição do Executivo, a oposição atacando a situação na questão da moral, a situação atacando a oposição na questão da moral, e o que ocorre é um processo de descrença nas instituições políticas", afirmou. A sorte do País, segundo o ex-ministro, é que não há nenhuma fração de poder antidemocrática que tenha força real para ocupar o vácuo político que se gera. Sobre a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter agido de forma inapropriada no episódio da violação do sigilo do caseiro, Ciro respondeu: "Absolutamente não."

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